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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

STEVE McQUEEN (24/03/1930 - 07/11/1980) BIOGRAFIA



Terrence Steven McQueen, mais conhecido como Steve McQueen (Indianapolis, Indiana, 24 de março de 1930 — Ciudad Juárez, México, 7 de novembro de 1980), foi um ator americano, sempre lembrado pelos filmes de ação que protagonizou.

Apelidado de "The King of Cool", é considerado um dos maiores atores de todos os tempos e em 1974, ele se tornou o astro de cinema mais bem pago do mundo. Também foi piloto ávido de motocicletas e carros e enquanto estudou atuação, ele passava os finais de semana competindo em corridas de moto e isso contribuiu para que ele próprio realizasse suas cenas de ação dispensando o uso de dublês, especialmente, durante as cenas de perseguição . McQueen também desenhou e patenteou um assento e transbrake para carros de corrida.

Ele tinha a indiferença e frieza de Humphrey Bogart somadas porém à rebeldia de James Dean, isto nos conturbados anos 60 em que os jovens procuravam no cinema o que haviam encontrado na música com Bob Dylan e com os Beatles. Steve McQueen parecia ser essa resposta e seu amor pela velocidade completou uma das imagem mais perfeitas de uma época. Milhões de quartos de jovens no mundo inteiro tinham na parede o famoso poster de McQueen pilotando uma motocicleta alemã, foto extraída do filme “Fugindo do Inferno”. Mesmo fazendo poucos westerns Steve é também lembrado como um cowboy, ainda que tenha declarado que não gostava muito de cavalos. Porém quando empunhou seu rifle, colocou o surrado chapéu e saiu à caça dos bandidos Steve McQueen deixou uma marca muito forte e pode-se afirmar sem medo de errar que nunca houve um cowboy tão anti-herói como Steve McQueen.

Nascido em 24 de março de 1930, em Beech Grove, Indiana, o menino Terence Steve McQueen foi uma das muitas vítimas da depressão. Seu pai era um piloto de atrações de circo do tipo globo da morte que abandonou a esposa adolescente e o filho recém-nascido. Sua mãe tornou-se alcoólatra e Terence foi entregue a parentes, e cedo fugiu de casa. A infância e a adolescência de Terence foi toda ela passada em orfanatos, abrigos e reformatórios depois de pequenos roubos. Sem saber o que fazer da vida alistou-se na Marinha norte-americana, conseguindo se disciplinar e recebendo até condecorações. Porém seu jeito taciturno, solitário e rebelde falou mais alto e ele deixou a vida militar. A primeira coisa que fez foi comprar uma Harley Davidson ganhando dinheiro em competições. Steve McQueen trabalhou até como figurante num filme, em 1953, o que o levou a cogitar vir a ser ator. Certo dia, trabalhando como mecânico, viu chegar na oficina uma motocicleta pilotada por James Dean e na garupa estava um outro jovem alto, magro e feio. Não precisou de muita conversa para que fosse mudado o rumo da vida de Steve McQueen. 

Ele se inscreveu e participou de uma audição dirigida por Lee Strasberg no Actor’s Studio em 1955 concorrendo com outros dois mil candidatos. Strasberg selecionou apenas dois candidatos, ele, Steve McQueen, e o alto, magro e feio amigo de James Dean que se chamava Martin Landau. Após muitas aulas Steve McQueen estreou no teatro substituindo Ben Gazarra na peça “Cárcere Sem Grades”. McQueen teve sua primeira oportunidade no cinema num pequeno papel no filme “Marcado pela Sarjeta”, estrelado por Paul Newman. Depois disso fez vários trabalhos para a televisão enquanto esperava por uma melhor oportunidade no cinema. McQueen atuou no misto de horror/ficção-científica “A Bolha”, em 1958, que acabou virando Cult mas que à época não acrescentou muito à sua carreira. Sua grande chance viria com a série “Procurado Vivo ou Morto” (Wanted Dead or Alive).

 Durante quatro anos, de 1958 a 1961, Steve McQueen estrelou a série “Procurado Vivo ou Morto” que era transmitido pela CBS sempre com ótima audiência. Esse programa transformou Steve McQueen numa celebridade interpretando o caçador de recompensas Josh Randall, sempre armado com sua famosa escopeta. Sucesso na televisão é quase uma garantia de melhores filmes em Hollywood e Steve McQueen atuou em “Quando Explodem as Paixões” com Frank Sinatra e fez o papel principal numa produção mediana intitulada “O Grande Roubo de St. Louis”. Em 1960 John Sturges estava compondo o cast para a versão norte-americana de “Os Sete Samurais” e chamou Steve McQueen para ser um dos sete homens desse western intitulado “Sete Homens e Um Destino” (The Magnificent Seven). McQueen leu o roteiro e pensou que iria interpretar o personagem Chico, que havia sido reservado para o alemão Horst Buchholz. McQueen teve que se contentar em ser Vin Tanner mas conseguiu fazer seu personagem crescer bastante, muito mais que o do ator alemão. Steve McQueen não tomou conhecimento do astro Yul Brynner que por diversas vezes reclamou com o diretor, dizendo que sempre que estava dizendo suas falas McQueen usava algum truque para roubar a cena. “Sete Homens e um Destino” fez bastante sucesso nos Estados Unidos, mas bateu recordes de público em todos os países em que foi exibido, inclusive no Brasil. Depois de “Sete Homens e um Destino” Steve McQueen passou a ser um nome famoso também no cinema mas ainda não era o grande ídolo que estava destinado a ser.


Filmando novamente sob as ordens de John Sturges em “Fugindo do Inferno”, manifestou-se pela primeira vez a rebeldia de Steve McQuenn como astro. Ele não se conformou com seu papel inferior ao de James Garner e James Coburn, e chegou a abandonar a produção. McQueen venceu a briga e seu papel foi redimensionado e hoje a melhor lembrança desse clássico filme de guerra é Steve McQueen com sua emocionante escapada dos nazistas pilotando em alta velocidade uma motocicleta. A cada filme que fazia mais e mais aumentava o número de fãs de Steve McQueen e entre eles estava Sam Peckinpah. Já se conheciam dos tempos da televisão mas ficaram amigos durante as filmagens de “A Mesa do Diabo”, pois tinham muita coisa em comum, especialmente a rebeldia contra o sistema, desafiando os grandes estúdios.

Porém McQueen nada pode fazer nada para evitar que Peckinpah fosse despedido da produção de “A Mesa do Diabo”. A seguir McQueen fez um western que estava destinado a ser estrelado por Alan Ladd, intitulado “Nevada Smith”. Com a morte de Ladd o papel ficou para McQueen no excelente western dirigido por Henry Hathaway com um soberbo elenco composto por Karl Malden, Brian Keith, Arthur Kennedy, Howard Da Silva, Pat Hingle, Paul Fix, Gene Evans e John Doucette. Entre tantos bons atores em “Nevada Smith” McQueen se reencontrou com Martin Landau. Depois do sucesso de “Nevada Smith” McQueen recebeu inúmeras propostas para atuar em faroestes, mas o gênero não o seduzia, além do que não queria ficar marcado como ator de westerns. Seus próximos filmes foram grandes sucessos sempre distantes das pradarias, como “O Canhoneiro do Yang-Tsé”, “Crown, O Magnífico” e mais que todos “Bullitt”, filme que ajudou a imortalizar um dos mais famosos carros da história automobilística, o Mustang. No caso um modelo Fastback verde ano 1966.
 “Butch Cassidy e Sundance Kid” foi um dos faroestes de maior bilheteria de todos os tempos. Fica-se a imaginar como seria esse sucesso se Steve McQueen tivesse aceitado interpretar Sundance Kid como queriam os produtores. Isso só não ocorreu porque McQueen pediu salário maior que o de Paul Newman e ainda ter seu nome à frente do nome de Newman nos créditos iniciais e intransigente como era, McQueen abandonou o projeto. Uma pena pois teríamos tido certamente um western menos light e com a dose certa de rebeldia que só mesmo McQueen sabia colocar nos personagens que interpretava. 

Steve gostava mesmo era correr e após criar sua própria companhia produtora, a Solar Productions, produziu “As 24 Horas de Le Mans”, que estranhamente não fez muito sucesso mas é considerado o melhor filme sobre corridas rodado em Hollywood até hoje. Atendendo a um convite de Sam Peckinpah, Steve McQueen aceitou interpretar o cowboy Junior Bonner num filme sobre rodeios que se chamou “A Dez Segundos do Inferno”, ao lado de Ida Lupino, Ben Johnson e Robert Preston. “Junior Bonner” é um belo e poético filme de Peckinpah sem a violência tão constante em seus trabalhos como ocorreria em “Os Implacáveis – Fuga Perigosa”, este sim um autêntico filme de Sam Peckinpah e que caiu no gosto do público, fazendo enorme sucesso. Produzido pela Solar, “Os Implacáveis” tornou McQueen um homem mais rico e poderoso. A essa altura de sua carreira Steve McQueen era um dos astros que mais levavam público ao cinema McQueen apareceu pela primeira vez entre os Top-Ten Money Making Stars em 1967, na 10.ª colocação; subiu para 7.º em 1968; foi o 3.º em 1969 e também em 1970; 4.º em 1971; 8.º em 1972; 3.º novamente em 1973; 5.º em 1974; 9.º em 1975, o último ano em que fez parte da lista depois de nove anos seguidos entre os atores mais rentáveis do cinema. Em 1974 McQueen era o artista mais bem pago do mundo. Outros grandes sucessos de Steve McQueen foram “Papillon” e “Inferno na Torre”. Steve McQueen afastou-se deliberadamente do cinema após “Inferno na Torre”, recusando propostas altíssimas para atuar em diversos filmes.

As razões que levaram McQueen a esse afastamento voluntário do cinema no auge da fama são bastante controversas. Especulou-se muito sobre a insatisfação de McQueen com os roteiros que lhe eram apresentados, quase todos filmes de ação quando ele queria interpretar personagens com maior densidade psicológica. E falava-se mais ainda de sua vida pessoal então bastante conturbada após ter se divorciado da primeira esposa Neile Adams, com quem teve dois filhos e foi casado por 16 anos. Steve McQueen viveu um tórrido romance dentro e fora da tela com Ali MacGraw em “Os Implacáveis” e acabou se casando com ela. Esse foi o mais comentado casamento daqueles tempos, pois Ali abandonou seu marido, o poderoso produtor Robert Evans, para viver com Steve. MacGraw eMcQueen formaram o mais famoso casal do cinema mas a vida em comum foi tempestuosa durando exatamente o tempo que McQueen esteve afastado do cinema. Não se pode atribuir a essa fase o envolvimento de Steve McQueen com as drogas já que ele sempre as usou, talvez não da forma acentuada como vinha fazendo durante o casamento com Ali MacGraw. Steve McQueen havia conquistado na vida tudo que alguém pode querer. Fama, fortuna, uma das mulheres mais bonitas do mundo, motos de todas as marcas como Triunph, Indian, British Leyland e Harleys e uma coleção fantástica de automóveis esporte, entre eles um AC Cobra, Jaguar D-Type XKSS, a famosa Ferrari Berlinetta 250 Lusso, Ferrari 512, Porches 917, 908 e 356 Speedster, para citar apenas alguns. Contra quais demônios McQueen teve que lutar não se sabe com certeza, problemas que o levaram a fazer o que fez Greta Garbo 40 anos antes. Mas diferentemente da atriz sueca McQueen voltou a atuar.

O retorno ao cinema de McQueen aconteceu em 1978 no drama “O Inimigo do Povo”, em que o ator estava irreconhecível com cabelos longos, barba comprida e uma aparência bastante envelhecida. Nada que lembrasse o jovial e carismático ator da fase anterior a 1974. “O Inimigo do Povo” foi mal nas bilheterias, assim como seu próximo filme que marcou seu retorno ao western, intitulado “Tom Horn”. Nele McQueen interpreta um personagem lendário do Velho Oeste contratado para perseguir ladrões de gado. O último filme da carreira de Steve McQueen foi “Caçador Implacável” em que seu personagem é um moderno caçador de recompensas. Assim como os dois filmes anteriores, o último filme de McQueen também fracassou nas bilheterias. Lançado em agosto de 1980, “Caçador Implacável” mostrava um Steve McQueen com as marcas do câncer nas membranas que envolviam os pulmões. Essa doença (Mesothelioma) bastante rara o vinha consumindo há algum tempo. McQueen teve que ser submetido a cirurgias de tumores cancerígenos no pescoço e no abdômen. Seu estado era terminal mas mesmo assim, em novembro de 1980 McQueen foi internado num hospital em Juarez, no México, para novas cirurgias. Nesse hospital sofreu dois ataques cardíacos, vindo a falecer no dia 7 de novembro de 1980, aos 50 anos. Curiosamente, apesar dos poucos westerns que fez, Steve McQueen é sempre lembrado como um cowboy das telas, o mais cool de todos eles.


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