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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

AMITYVILLE - NA VIDA REAL





Como eu disse algumas vezes, a proposta da "Estrada para a Lua", é compartilha conhecimento a cerca de algum fato tratado com recorrência no cinema.

Todo adorador de filmes de terror com certeza já viu ou ouviu falar na casa de Amityville. Um local marcado por uma tragédia, tragédia essa que serviu de inspiração para o mundo do cinema.
Vamos começar por partes. A história verdadeira. Mas antes, eu preciso dizer que o conteúdo abaixo pode impressionar muitas pessoas, principalmente por se tratar de um casa real. Então, fica aqui a minha advertência. Evitarei colocar fotos chocantes, pois isso pode ser considerado de mal gosto visto que o objetivo principal  é comentar sobre o fato.

O ano é 1974, o local é uma mansão que fica na Ocean Avenue, número 112 no pacato vilarejo de Amityville em New York nos Estados Unidos. 
Uma família composta por 7 pessoas vivem nessa enorme mansão de três andares, mais um porão. 
A família é composta por Ronald e Louise Defeo, e os seus cinco filhos: Ronald Junior de 24 anos, Dawn de 18 anos, Allison de 13 anos, Mark de 12 anos  e John de 9 anos.  Na foto ao lado está os filhos de Ronald e Louise. 
Na madrugada do dia 13 de novembro, ao chegar em um pequeno bar, Ronald disse que alguém havia baleado seus pais. Ele confessou ao dono do estabelecimento ter assassinado sua família por ordens de vozes que ouvia na casa. Ao chegar no número 112 da Ocean Avenue, o dono do bar se deparou com uma cena terrível. Os seis membros da família Defeo estavam mortos a tiros, de bruços em suas camas e com as mãos na cabeça.

Ronald Defeo Junior

Durante o seu julgamento, Ronald (ou Ron, como era chamado pelos seus familiares) alegou que ouvia vozes frequentemente, estas vozes o teria convencido a cometer os assassinatos. Em certo momento do julgamento, ele chegou a declarar, "Sempre que olhava ao meu redor, não via ninguém, então deve ter sido Deus que falava comigo". Ronald Defeo Junior foi condenado a seis penas de prisão perpétua consecutivas na Penitenciária Greenhaven, em Nova York. Sua liberdade condicional foi negada, em 1999, nos dias atuais ele segue preso e todas as suas tentativas de ganhar liberdade condicional foram negadas.

Existem várias controvérsias sobre os assassinatos. Algumas delas envolvem a forma de como os corpos foram encontrados. Como foi dito acima, todos estavam de bruços em suas camas, foram mortos com tiros na cabeça. Um de cada vez.

Daí você pode se perguntar:

Os vizinhos não ouviram o barulho dos tiros?
Porque nenhum membro da família reagiu ou acordou com o barulho dos tiros? 

Uma das hipóteses é que Dawn Defeo, tenha ajudado Ronald a matar a sua família por causa da herança, só que no fim, Ronald a matara também. Também existe a ideia de que Dawn e Ronald tivessem uma relação de incesto. Isso nunca foi confirmado. Todavia, o fato de Ronald alegar que matara a família porque ele ouvia vozes pedindo para fazer isso, é estranho e inexplicável.

Tudo bem que algumas doenças como a 'esquizofrenia' poderiam justificar tal comportamento paranoico de Ron Junior, contudo, a história da mansão não acaba aqui. Um anos depois do massacre, a casa foi posta a venda a um preço extremamente baixo, a ideia é que o preço atraísse compradores impulsivos que pudessem ignorar o contexto histórico daquela casa e poder seguir com a vida. Funcionou.

Família Lutz

A família Lutz comprara a casa. Em apenas um mês nela, eles foram embora  deixando todas as suas coisas para trás, alegando que eles escutavam vozes, coisas se movimentavam dentro dela e chegaram até ver entidades. George Lutz, o patriarca da família, chegou a alegar que viu uma criatura semelhante a um porco vagando pelos corredores do segundo andar da casa. Nada disso foi comprovado. Aliás, a família Lutz tem o status de 'família mentirosa' já que a família que comprou a casa depois deles nunca reclamou de nada estranho ou fora do normal enquanto viveram nela. Foi em 1979 que a partir dessa história, o escritor Jay Anson escrevera um livro pequeno de aproximadamente 100 paginas sobre as experiências sobrenaturais e bizarras que a família Lutz vivera dentro da casa no decorrer dos seus 30 dias de estadia nela e após o assassinato da família Defeo.  A história chama sim muita atenção e por se tratar de um caso baseado em fatos reais, ele se tornou um Best Seller e um clássico da literatura.

Logo após a morte dos Defeo, Ed e Lorraine Warren fizeram uma investigação na casa. O casal era conhecido como um dos melhores 'caça fantasmas' dos Estados Unidos. Numa das fotos em que o casal batera dentro da casa, a foto de um fantasma aparecera, a semelhança com o pequeno John Defeo é enorme. Em 2013 os Warren ficaram conhecidos e famosos com o lançamento do filme "Invocação do Mal", existe uma grande chance de que uma possível sequência de Invocação, trará algo com relação a "Amityville", seja através de referências ou passagens.

A casa não foi demolida como é o de costume acontecer com lugares cuja uma tragedia acontecera. Quando passei por ela em 2010, eu percebi que estava a venda por 3 milhões de dólares, um preço muito baixo para uma casa daquele padrão. Ela sofrera uma reforma e o seu número fora alterado para evitar que curiosos a reconhecessem, mas isso foi inútil. Além disso, passar por ela não causa calafrios nem incomodo, apenas curiosidade. Ao meu ver, Amityville é uma casa normal agora. E se no passado o mal estava dentro da casa, acredito que agora ele não está mais. Então é isso. Amityville é uma franquia que merece ter um espaço na coleção de qualquer um e com certeza vale a pena assistir cada filme (menos o Haunting) para você ver o quão longe essa história chegou e ainda pode chegar. 

Abaixo segue uma entrevista feita aos Warren sobre a história de Amityville pela MGM. Para quem não sabe, MGM ou Metro-Goldwyn-Mayer, é uma empresa norte-americana de comunicação de massa, envolvida principalmente com produção e distribuição de filmes e programas televisivos.

O seu primeiro encontro com a casa de Amityville foi em 1975?
Warren:  Sim. 1976, na verdade. Fevereiro de 1976.

A essa altura, alguém tinha vivido na casa desde que os Lutzs desocuparam o local?

Warren:  Nós conhecemos George Lutz em uma pizzaria alguns quarteirões de distância, porque o padre envolvido tinha dito a ele que se ele voltasse para a casa traria o espírito de volta. O padre estava certo. Ele também havia sido vítima naquela casa.

Você já disse que este é o maior mal você já encontrou em um só lugar.
Warren:  O caso, não a casa, devo dizer... O caso em si tem afetado nossas vidas pessoais mais do que qualquer outro caso que já trabalhamos em 54 anos de pesquisa. Meu marido é um demonologista religioso, ele não está bem. Nós estivemos envolvidos em assombrações e casos diabólicos muito ruins. Nós estivemos envolvidos com levitações e sangue saindo dos olhos de pessoas. Todos os tipos de coisas ruins. Mas esse caso nos seguiu até o nosso lar.

Como isso aconteceu? Como o caso a seguiu em sua casa?
Warren: Bem, na primeira noite que voltamos para casa...  Antes de tudo, Ed e eu fomos atacados na primeira vez que visitamos a casa, isso é muito incomum.  Naquela época, nós só estavamos envolvidos com parte da investigação. Quando fomos para casa... Desculpe, antes quando recebemos a ligação sobre o caso sentimos um sentimento estranho, não era confortável. Eu não sei porque estava desconfortável.   Por que esse caso seria diferente de qualquer outro? No entanto, eu me senti pessoalmente ameaçada por ele.  Entrei em contato com o clero e perguntei se ele iria em espírito comigo.

O que significa isso?
Warren: Em outras palavras, equipe-se. Espiritualmente.

Vocês levaram algo da casa Amityville para sua casa?

Warren: Nada além de entrevistas e coisas assim. Isto é tudo. Algo iria acontecer se tivéssemos pego algo da casa.

Como uma cama ou cobertores?
Warren: Deus, eles poderiam manter todas as suas camas e cobertores .As mobílias que estavam lá pertencia a Defeo.

Os filhos dos Lutzs realmente dormiram na cama de Defeo como no filme? Foi a mesma cama em que eles morreram,certo? 
Warren: Só não era o mesmo colchão. Era a mesma estrutura.

O que me incomodou sobre o filme é que o bem não prevaleceu sobre o mal. Normalmente, o bem sempre triunfa sobre o mal.
Warren: Tudo bem, vamos ver isso. Isso é feito em vários níveis diferentes. Antes de tudo, nós só estávamos lá pesquisando. Você tem que saber exatamente com o que está lidando nessas casas. Por que o mal está lá? Quem convidou o mal para se manifestar? Ronald Defeo era um cara muito vulnerável. Usava drogas, praticava ocultismo, odiava seu pai. Todos esses ingredientes não estavam convidando Deus para sua casa. 

Defeo ainda está vivo, certo?
Warren: Ele ainda está vivo. Sim. Ele nunca vai ver a luz do dia. Respondendo sua pergunta, o Padre Pecoraro veio abençoar a casa. Foi tudo que ele fez. Ele não sabia de nada. Ele só veio para abençoa-la. Disseram para ele sair de lá, ele foi golpeado no rosto. Suas palavras para nós.  

Ele foi pego de surpresa. Ele não tinha ideia.

Warren: Ele não tinha ideia, senhor.

Qual é a interpretação mais incompreendida do que você faz?
Warren: Essa é uma pergunta muito boa. Talvez que deviamos respeitar as áreas da ciência. Mas os cientistas nunca conseguiram encerrar o caso.  Olhamos para o fenômeno do ponto de vista religioso. É por isso que meu marido é um demonologista religioso. Nós somos católicos. Cada família que trabalhamos não é necessariamente católica. Trabalhamos com Batistas, que foram muito, muito úteis. Trabalhamos com os rabinos, com os muçulmanos, com os anglicanos, com todas as fés. O importante é trazer uma conclusão para os casos. Você não pode encerrar a menos que seja tudo documentado. Isso leva bastante tempo...
Padre Pecoraro nunca entrou na casa para realizar um exorcismo. Ele se encontrou com o meu marido, eu e a família Lutz na casa de Kathy Lutz, no dia de St. Joseph. E ele rezou a oração de São José para nós. Eu carregava uma relíquia do Padre Pio na casa. E em um quarto da casa, Padre Pio apareceu.

Padre Pio apareceu na casa?
Warren: Sim, ele apareceu para mim em espírito. Nós não sabíamos disso quando conhecemos Padre Pecorari, mas ele era o juiz da Igreja.  Ele tinha doutorado na nossa fé. Era um homem culto, muito culto. Então ele se levantou para nos dar a oração do Senhor, olhando diretamente para mim. Ninguém sabia da relíquia do Padre Pio além de mim, eu que a carregava. Padre Pecoraro disse para mim: "Quem você acha que te fez sair daquela casa?", eu pensei que estava de volta para o colégio católico e respondi "Deus, eu acho, Padre." Ele disse:  "Padre Pio, certo?" e eu disse "como você sabe?". Sua resposta foi, "Padre Pio me disse." Nós não temos as nossas provas disso e uma semana depois nosso fotógrafo que estava fotografando a casa nos ligou e disse para Ed, "Eu queria lhe mostrar algo que está em uma foto, porque eu não entendo." Nós olhamos as fotos: Padre Pio.  A impressa nos pressionou porque disseram que mostramos uma foto que aparecia um homem parecido com um Padre. Então retiramos a foto porque não podíamos provar que era o Padre Pio.

A imagem mostrou que, exatamente?
Warren: Padre Pio.

A  imagem de Padre Pio apareceu em uma foto que o fotógrafo tirou. Ele estava morando em outro lugar no momento?
Warren: Não, Padre Pio morreu em 1968. Uma relíquia significa que ele estava morto.

 Eu não sabia...
Warren: Eu rezei para Padre Pio, e eu disse, "se é você na foto, eu preciso saber quem você é. Eu preciso que você me ajude a entender porque você apareceu para mim."  Quando fomos para Califórnia, dois homens da TV ABC queriam ir conosco. Ninguém sabia sobre Padre Pio, eles não sabiam nada. Então um desses homens falou para mim, saindo da Igreja: "Você conhece o Padre Pio?", eu respondi, "Conheço, por que?"  E ele disse, "Você vai estar em La Hoya hoje. Lá há um padre que serviu com Padre Pio." Eu disse, "Qual o nome dele? " Ele disse, "Padre Ralph Negrai."  Encontramos ele, ele falava um inglês ruim. Era um homem muito, muito amável.  Ele serviu com Padre Pio na Itália. Ed disse: "Padre, eu tenho algo para lhe mostrar." Pegou seu projetor e mostrou seu slide na parede. O Padre ajoelhou-se, benzeu-se e disse: "Padre Pio". Eu disse: "Padre, por que ele apareceria para mim?" e suas palavras foram: "Você deve ter pedido a ele..."

Bem rápido, você pode nos dizer qual espírito, ou espíritos, você acha que estavam na casa de Amityville?
Warren: A personificação do mal.

Qual foi a coisa mais assustadora para você?
Warren: Quando ele nos seguiu até em casa a primeira noite. O mal. De qualquer jeito, levaria muito tempo para contar tudo que aconteceu em nosso carro. Nós não podíamos falar sobre Amityville. Se você acha que eu ia falar sobre isso naquele voo para o leste, você está louco. E eu nem me considero supersticiosa.  

Então você não vai falar sobre isso em um avião?
Warren: Eu não vou falar sobre isso em qualquer veículo em movimento.

Você acredita que isto ainda está te seguindo? 
Warren: Acho que qualquer coisa pode ativá-lo. Ele tem a sabedoria e a astúcia de todos os tempos. Portanto, sua fé deve ser muito, muito forte no que você está fazendo... Enfim, chegamos em casa.  Ed levou sua mala até seu escritório, que está no nível mais baixo em nossa propriedade. Os quartos são no mais alto nível. Eu fui para a cama. Eu abri esse envelope marrom que peguei na estação de correios, e havia um pequeno livro com Padre Pio. Eu pensei que era interessante. Eu decidi que iria ler para ver o que tinha a dizer. Então eu percebi que dois dos meus cães, um cão pastor belga, e um border collie, que estavam na sala comigo, não estavam agindo direito. Eles estavam agindo como se estivessem drogados. Ou algo assim. Eles estavam agindo muito estranho. Eu tentei ler o primeiro parágrafo.

Quando o sua concentração é afetada, você sabe que há alguma força tentando chegar até você para causar confusão. É o que eles chamam de confusão diabólica. Sentei-me ali, e eu não podia me mover. Tudo o que eu tinha que fazer era tocar um botão que estava ali, para a segurança, que assim o meu marido saberia que algo estava errado. Mas eu não podia. Sintia-me quase paralisada. Então, o único som que eu ouvi é um som que eu só posso comparar com grandes folhas de chapa de metal. Como alguém estivesse sacodindo-as. Em seguida, houve este ciclone de vento, e escuridão. Parecia que ele estava sugando tudo para ele. Ele surgiu a partir do nível mais baixo, para a sala de jantar, sala de estar. Quando ele entrou na porta, havia uma enorme massa preta. Chamei minha fé, fiz um grande sinal da cruz e disse: "Em nome de Jesus Cristo, eu exijo que você saia e volte de onde você veio." Você só pode fazer isso com fé. Não com palavras. Agora, em segundos, não minutos, meu marido entrou e deitou sobre as cobertas ao meu lado, colocou a mão sobre a minha e diz: "Querida, você tem alguma ideia do que acabou de acontecer?" Ele estava a uma distância extrema de onde eu estava e a mesma coisa aconteceu com ele. Ele tinha água benta em sua mesa. Ele jogou para aquilo e fez o sinal da cruz no ar. Esse foi apenas o começo...


A casa foi limpa?
Warren: Nós nunca mais voltamos para a casa.

Há pessoas vivendo atualmente na casa, certo?
Warren: Não tenho certeza.


A foto de Padre Pio está disponível em algum lugar?


Warren: Tenho ela no meu quarto, mas está borrada. 

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