John Charles Carter, mais conhecido do público e fãs como "Charlton Heston", foi um famoso ator norte americano de cinema e TV, lembrado em geral por seus papéis marcantes em filmes como "Os Dez Mandamentos" e "Planeta dos Macacos", entre outros.
Nascido em Evanston, no estado de Illinois, viu seus pais se divorciarem quando tinha dez anos; com o segundo casamento de sua mãe com Chester Heston, a família se mudou para um subúrbio de Chicago e ele adotou o nome do padrasto.
Na escola secundária, Charlton se envolveu com a cadeira de artes dramáticas e teve um resultado tão bom que recebeu uma bolsa em drama para cursar a universidade.
Em 1944 deixou os estudos e se alistou na força aérea do exército, onde serviu como operador de rádio de bombardeiros B-25 nas Ilhas Aleutas durante a Segunda Guerra Mundial, atingindo a patente de sargento e onde se casou com uma colega de faculdade chamada Lydia Clarke Heston.
Após a guerra, o casal voltou para Nova Iorque onde ele iniciou uma carreira de ator em teatro e começou a aparecer em papéis históricos como Macbeth e Marco Antônio & Cleópatra.
Já usando o prenome de Charlton, ele fez seu primeiro papel no cinema em "Dark City", em 1950, recebendo reconhecimento por sua atuação e chamando a atenção para seu porte físico.
Em 1952, o filme "O Maior Espetáculo da Terra", superprodução de Cecil B. DeMille ambientada no mundo do circo, transformou Heston numa estrela de primeira grandeza do cinema.
A partir dali, seu porte ereto, sua altura e o perfil musculoso, lhe dariam os papéis mais simbólicos nas superproduções dos anos 50 do cinema norte-americano.
Os Dez Mandamentos, de 1956, marcou sua imagem como Moisés e a partir dele todos os grandes papéis heróicos e históricos encontraram Heston para representá-los.
Nos anos 50 e 60, ele filmou sucessos como "55 Dias em Pequim", "El Cid", "Agonia e Êxtase" e "Ben Hur", entre outros, recebendo o Oscar de melhor ator pelo último, um dos onze recebidos pelo filme, que se manteve solitariamente como o mais premiado pela Academia em todos os tempos até ser igualado em 1997 por "Titanic" e em 2003 por "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei".
Em 1958, num trabalho diferente dos papéis históricos pelo qual ficaria marcado, fez um dos mais elogiados filmes de Orson Welles, "A Marca da Maldade", mostrando sua capacidade de trabalhos mais artísticos em filmes menores.
A virada dos anos 60 para os 70 veria os últimos sucessos de público, e alguns de crítica, de Heston, já então um quase um cinquentão e com a imagem ligada aos anos 50, numa época em que a contracultura e uma nova linguagem tomavam conta do cinema, trazendo com ela atores mais jovens para os principais filmes como Warren Beatty, Dustin Hoffman e Robert Redford.
Filmes de ficção científica e de grandes desastres, então em moda no cinema, ainda mantiveram Heston junto do topo nesta época: "O Planeta dos Macacos" (1968), "A Última Esperança da Terra" (1971), "No Mundo de 2020" (1972) e "Terremoto" (1974).
A partir daí os grandes papéis começaram a escassear e
Heston passou a trabalhar em papéis coadjuvante/secundários e pequenas aparições.
Sua imensa popularidade nos Estados Unidos porém não diminuiu, e ele fez diversos papéis nos anos seguintes em filmes para tv e atuou em diversos filmes como narrador, sendo uma das vozes mais requisitadas do cinema.
Em 2001, fez sua mais notada participação em muitos anos, na refilmagem de "O Planeta dos Macacos", de Tim Burton, como um velho macaco pai do vilão do novo filme.
Na política, Charlton Heston era um liberal democrata e fazia campanhas para candidatos à presidência como Adlai Stevenson e John Kennedy.
Ativista pelos direitos civis aos negros, ele acompanhou Martin Luther King durante a Marcha pelos direitos civis a Washington, em 1963, chegando a usar uma faixa onde se lia “Todos os homens nascem iguais”.
Em 1968, após o assassinato do senador Robert Kennedy, ele apareceu num programa da tv americana junto com Gregory Peck e Kirk Douglas pedindo apoio para o presidente Lyndon Johnson e sua tentativa de aprovar no Congresso o Ato a favor do controle de armas nos Estados Unidos.
Anos mais tarde diria que nesta ocasião era jovem e tinha sido bobo e tolo.
Heston também ficou conhecido com um oponente do macartismo e da segregação racial nos Estados Unidos, que, segundo ele, apenas ajudavam a causa do comunismo mundial, além de ter sido um grande crítico de Richard Nixon, que considerava um desastre.
Entretanto, a partir dos anos 80, Heston passou a ostentar posições mais conservadoras, trocando seu registro eleitoral do Partido Democrata para o Partido Republicano, apoiando o direito às armas de fogo e fazendo campanha para Ronald Reagan e os dois presidentes Bush.
Em 1998 se tornou presidente da National Rifle Association (NRA), a poderosa entidade civil que luta para que seja mantido o direito do cidadão de comprar e portar armas de fogo nos Estados Unidos e da qual era membro honorário vitalício.
Como seu porta-voz entre 1998 e 2003, ficou conhecido no país por fazer discursos radicais contra a extinção da segunda emenda da constituição que dá este direito aos cidadãos há mais de duzentos anos, além de se posicionar publicamente contra o aborto, legal nos Estados Unidos.
Causa da Morte: Charlton Heston morreu em 05/04/2008, com 84 anos de idade em sua casa em Bevery Hills, Califórnia, devido à complicações físicas provocadas por uma doença degenerativa similar a "Alzheimer".
* Quando Charlton Heston morreu, sua esposa Lydia Clarke Heston, com quem esteve casado por 64 anos, estava ao seu lado.
Ambos tiveram um filho chamado Fraser Heston, o qual se tornou diretor de cinema.
Sepultamento:
O corpo de Charlton Heston foi enterrado no cemitério "Saint Matthew's Episcopal Church" (1031, Bienveneda Ave. - Pacific Palisades - Los Angeles - California - USA.
Coordenadas GPS (Latitude / Longitude) (Cemitério):
[34° 3'12.90"N / 118°32'29.70"W]
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