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sábado, 7 de fevereiro de 2015

BRINQUEDO ASSASSINO NO CINEMA (1988-1990-1991-1997-2004-2013)



BRINQUEDO ASSASSINO (1988)

Título Original: Child´s Play
Ano: 1988 • País: EUA
Direção: Tom Holland
Roteiro: Don Mancini, John Lafia, Tom Holland
Produção: David Kirschner
Elenco: Catherine Hicks, Chris Sarandon, Alex Vincent, Brad Dourif, Dinah Manoff, Tommy Swerdlow, Jack Colvin, Neil Giuntoli, Juan Ramírez, Alan Wilder

Freddy, Michael, Carrie, Drácula, Jason, Frankenstein… e Chucky! Não dá pra negar que esse boneco de plástico com cara de anjinho e sede de sangue ocupa um lugar especial na nossa memória. Dirigido por Tom Holland (de A Hora do Espanto e Fenda no Tempo), Brinquedo Assassino mexeu com o imaginário de muita gente, ao apresentar a história de um inocente garotinho chamado Andy (Alex Vincent), que ganha de Natal um boneco da famosa linha Good Guy. O brinquedo, que é a sensação do momento, vem completo, com voz, acessórios e o espírito de um serial killer sanguinário que vai fazer de tudo para voltar a ser humano.

O serial killer em questão é Charles “Chucky” Lee Ray (o grande Brad Dourif, que rouba a cena com sua fantástica voz de psicopata), que, à beira da morte, transferiu sua alma para o boneco através de um ritual de voodoo. Sob o seu disfarce de brinquedo fofinho, Chucky decide se livrar dos comparsas que o traíram. Depois de matar a babá de Andy, ele procede na sua vingança, mas descobre que seu novo corpo está ficando cada vez mais humano. Para não ficar preso no corpo do “Good Guy” para sempre, ele precisa transferir sua alma para a primeira pessoa para quem revelou sua identidade: o seu “amigo até o fim” Andy.

A grande sacada de Brinquedo Assassino é brincar (desculpe o trocadilho) com a situação do garoto inocente que toma como algo natural o fato de seu boneco estar vivo e lhe dando ordens. É interessante também a forma como os adultos são incapazes de acreditar quando ele tenta revelar que Chucky está vivo e é perigoso.

Katherine Hicks faz o contraponto, como a mãe de Andy, que afunda no desespero sem saber se deve acreditar na polícia que diz que Andy é responsável pelos assassinatos, ou no seu filho, que diz que Chucky está vivo. A cena em que o boneco se revela para ela é clássica, assim como o momento em que ela tenta explicar para o policial Mike Norris (Chris Sarandon, o vampirão de A Hora do Espanto) que Chucky está possuído.

Nesse primeiro filme ainda há um certo suspense para levar o espectador a duvidar se o boneco realmente está vivo ou se tudo está na mente de Andy (algo que também foi feito, posteriormente, em Pinóquio, o Perverso – não se deixe levar pelo título besta, esse é também um filmaço!), o que obviamente foi abandonado nas sequências, uma vez que o “segredo” já estava revelado. Brinquedo Assassino também tem um humor discreto, que aumentaria exponencialmente nas sequências, até chegar ao besteirol assumido. Um novo filme, Curse of Chucky, está chegando aí, e promete resgatar o clima sério deste original, mas o material de divulgação sugere um filme um pouco sério demais. Dentre toda a série do Brinquedo Assassino, foi esse original que melhor soube dosar os sustos e as risadas, e é sem dúvida o que mais merece ser visto.

BRINQUEDO ASSASSINO (1990)

Título Original: Child's Play 2
Ano: 1990 • País: EUA
Direção: John Lafia
Roteiro: Don Mancini
Produção: David Kirschner
Elenco: Alex Vincent, Jenny Agutter, Gerrit Graham, Christine Elise, Brad DourifGrace Zabriskie, Peter Haskell, Beth Grant, Greg Germann, Raymond Singer

Ao contrário de franquias como Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo, sempre houve um mentor por trás dos filmes do Brinquedo Assassino: o roteirista Don Mancini, que criou e roteirizou todos os filmes da série. Mesmo não tendo escrito nada que não envolvesse o boneco endemoniado Chucky (com exceção de um episódio de Contos da Cripta), Mancini é um roteirista esperto, que bolou um monte de situações bem sacadas em todas as produções. É ele, inclusive, que estará no comando de Curse of Chucky, novo filme da série que promete trazer a série de volta às origens.

Lançado apenas dois anos depois do original, esta é uma sequência que realmente leva a mitologia do filme adiante, explicando os acontecimentos após o final do filme anterior. Começa com uma cena bem feita na fábrica de brinquedos Play Pal, onde um boneco Good Guy está sendo reformado, depois de ter sido incendiado. Adivinha que boneco é esse! Pois é. Depois de Chucky ser destruído no filme anterior, os donos da fábrica acham uma boa ideia reformar o boneco para combater a má publicidade gerada pelos assassinatos cometidos pelo brinquedo. Claro que ninguém acredita que Chucky vai se levantar e continuar matando de novo. E é claro que é exatamente isso que ele faz. Numa cena inexplicável, mas até interessante, Chucky eletrocuta (sabe se lá como e sabe-se lá por que) um dos empregados que estavam lhe reconstruindo. Fulo da vida, o dono da empresa, Sullivan (Peter Haskell, que volta na parte 3) sai da fábrica dizendo para o funcionário Mattson (Greg Germann) para enfiar o boneco naquele lugar.

Enquanto isso, o garoto Andy (interpretado novamente por Alex Vincent), sobrevivente do filme anterior, é enviado para uma família adotiva, depois que sua mãe foi mandada para uma clínica para tratamento psicológico. Não sei o motivo de a atriz Catherine Hicks não reprisar seu papel como a mãe de Andy, mas o fato é que sua ausência funciona bem na proposta do filme. Temos de novo aquele ar de incredulidade, com ninguém acreditando no garoto Andy quando ele conta a história de Chucky. Certamente não seria a mesma coisa se ele tivesse um adulto ao seu lado, que o ajudasse a combater o vilão. O menino está sozinho, pelo menos a princípio. Só faltou explicar o que aconteceu com o policial Mike Norris, interpretado pro Chris Sarandon no filme anterior, e que aqui simplesmente desaparece sem mais nem menos. Andy é colocado sob a tutela de um casal, junto com Kyle (Christine Elise), uma adolescente rebelde que está sempre pulando de lar em lar.

E Chucky? Está fazendo o que faz melhor. Depois de descobrir, com um simples telefonema, o paradeiro de Andy, o brinquedo assassino dá cabo de Mattson e, louco para finalmente entrar no corpo do garoto (como visto no filme anterior), troca de lugar com um boneco Good Guy que Andy ganhou de presente ao chegar ao seu novo lar. E, para piorar as coisas, Andy tenta conquistar os seus novos pais fingindo que não tem mais medo do boneco Good Guy, sem nem desconfiar que boneco é aquele. E assim a história prossegue, amontoando cenas ora absurdas, ora tensas, ora cômicas, na medida certa. Uma cena engraçada é aquela em que Chucky invade a escola de Andy e escreve uma mensagem obscena na prova do garoto. Outra é aquela em que Chucky sequestra Kyle e a força a dirigir, quando os dois são parados por um policial e têm um diálogo hilariante, numa cena que não acrescenta nada à história, mas é muito engraçada.

Mas este é, sim, um filme de horror, e algumas mortes causam comoção, como o pobre Mattson, que tem a cabeça enfiada numa saco plástico, e sufoca bem lentamente. Há outras mortes que realmente te deixam com raiva do Chucky, e provam que ele é, realmente, um assassino maldito. Mas a grande sacada do roteiro é situar o clímax justamente na fábrica de bonecos Good Guy, onde Chucky é combatido por Kyle e Andy. O cenário é bem utilizado, e só é uma pena que não haja uma cena em que Chucky se misture às centenas de bonecos, confundindo os heróis. Mas apesar disso, temos uma longa cena de perseguição, além de uma das mortes mais bizarras da série. Brinquedo Assassino 2 é um filme realmente divertido, que felizmente não tenta criar uma nova obra prima do horror, e se preocupa apenas em divertir. A história não para, e sempre há ação ocorrendo. O carisma do boneco carrega o filme, mérito da equipe das marionetes (numa época que não havia CGI disponível) e, principalmente por Brad Dourif, que foi fez a voz sarcástica do vilão em todos os filmes da série.

Enfim, Brinquedo Assassino 2 é uma sequência digna do primeiro, que nunca fica cansativa e ainda tem o mérito de estar bem conectada aos acontecimentos do filme anterior. Quem gostou do original, tem boas chances de gostar deste também. Ah, e você pode até não gostar do filme, mas tem que concordar que o pôster é sensacional!

BRINQUEDO ASSASSINO (1991)

Título Original: Child's Play 3
Ano: 1991 • País: EUA, UK
Direção: Jack Bender
Roteiro: Don Mancini
Produção: Robert Latham Brown
Elenco: Justin Whalin, Perrey Reeves, Jeremy Sylvers, Travis Fine, Dean Jacobson, Brad Dourif, Peter Haskell, Dakin Matthews, Andrew Robinson, Burke Byrnes, Matthew Walker

Com uma enorme quantidade de absurdos e cenas francamente surreais, este é o filme mais odiado da série, mais ainda do que O Filho de Chucky. O próprio Don Mancini não gosta de Brinquedo Assassino 3, dizendo que foi forçado a escrever o roteiro às pressas antes mesmo da parte 2 estar pronta. Isso explica a quantidade de buracos e situações forçadas. Isso quer dizer que o filme é uma bomba completa? De forma alguma! O melhor elogio que pode se fazer a Brinquedo Assassino 3 é considerá-lo um guilty pleasure, um daqueles filmes que divertem exatamente por serem idiotas.

Como na parte 2, tudo começa com a ressurreição de Chucky. Ressurreição ridícula, diga-se: uma gota do sangue do boneco cai num tonel de plástico derretido, deste plástico é feito um boneco, e voilá, Chucky está vivo! Não faz o menor sentido, mas precisávamos de Chucky vivo de uma forma ou outra, ou não teríamos filme.

A ação se volta então para uma reunião dos donos da Play Pal, fábrica de bonecos Good Guy. O dono da fábrica, Sullivan (novamente interpretado por Peter Haskell), que está reabrindo a companhia. A grande estratégia de marketing deles é voltar a comercializar os bonecos Good Guy, para superar a polêmica por conta dos assassinatos dos filmes anteriores, outra coisa que não faz o menor sentido. Sullivan é morto por Chucky numa cena extremamente longa e mal construída, e logo depois o brinquedo descobre que o executivo mantinha uma ficha com o paradeiro de Andy Barclay, o garoto que é sua única esperança de voltar a ser humano.

Superado este prólogo ridículo, a história começa de fato. Andy Barclay, agora com 16 anos e interpretado por Justin Whalin (de Mamãe é de Morte), está entrando para o Colégio Militar. O lugar é lotado de personagens clichê, muitos deles feitos apenas para ir pra faca, outros um pouco mais desenvolvidos. Os mais importantes são Da Silva (Perrey Reeves), que é o interesse romântico de Andy, e Tyler (Jeremy Sylvers), um garoto que passa a ser a nova esperança de Chucky voltar a ser humano. A partir daí, visualize a primeira metade de Nascido para Matar com um boneco assassino no meio. Chucky perde muito tempo matando gente que não faz diferença, o que só atrasa o seu plano de trocar de corpo com Tyler. Já no final o cenário muda completamente, da selva onde os soldados estão em treinamento para um parque de diversões (que fica no meio do mato!) onde ocorre o confronto final contra Chucky. O clímax se dá num Túnel do Terror, e é até bem legal. O problema é que destoa completamente do resto do filme. Parece que Don Mancini tinha na gaveta a ideia de um clímax no parque e decidiu enxertá-la de alguma forma no filme.

Brinquedo Assassino 3 pode ser considerado uma ponte entre o terrir dos primeiros filmes (especialmente do segundo) e o humor escrachado dos filmes seguintes. Por isso mesmo não funciona, e, ficando em cima do muro, é o pior filme da série. Mas, se nada mais funciona, Chucky ainda é o mesmo, e deve garantir momentos de diversão para o espectador menos exigente. Nada como Brad Dourif e sua voz sinistra para salvar o dia!

NOIVA DE CHUCKY  (1997)

Ficha Técnica
Título Original: Bride of Chucky
Gênero: Terror / Comédia
Tempo de Duração: 90 minutos (o mais longo filme da série)
Ano de Lançamento (EUA): 1997
Estúdio: Universal Pictures / Midwinter Productions Inc.
Distribuição: Universal Pictures / UIP
Direção: Ronny Yu
Elenco.: Jennifer Tilly (Tiffany) ,Brad Dourif (Chucky - voz), Katherine Heigl (Jade), Nick Stabile (Jesse)
Alexis Arquette (Damien), Gordon Woolvett (David), John Ritter (Chefe Warren Kincaid), Lawrence Dane (Tenente Preston), Michael Johnson (Norton), James Gallanders (Russ), Janet Kidder (Diane)
Kathy Najimy

Tiffany (Jennifer Tilly), a namorada de Charles "Chucky" Lee, o famoso serial killer, quando este era vivo, sente a falta dele desde que sua alma foi transferida para o boneco "Guy Doll". Assim, Tiffany consegue resgatar os restos de Chucky, que estavam sendo guardados como evidência policial, e com agulha, linha e uma caixa cheia de pedaços de velhas bonecas consegue refazer Chucky. Através de um ritual vudu ela faz com que a alma do seu ex-namorado volte para o boneco, mas o "casal" se desentende e ela o tranca em uma pequena jaula e lhe dá como "parceira" uma boneca vestida de noiva. 

Mas Chucky tem outros planos, conseguindo reverter a situação e colocar a alma de Tiffany na boneca. Chucky e Tiffany precisam encontrar novos corpos, mas para isto precisam do amuleto que foi enterrado junto com o corpo de Charles "Chucky" Lee em Hackensack, New Jersey. Mas, como não pode ir para lá sozinhos, acabam envolvendo Jade (Katherine Heigl) e Jesse (Nick Stabile), um casal de jovens apaixonados. Jade e Jesse logo são caçados por todo o país, pois todos os crimes que Chucky e Tiffany cometem é atribuído a eles e como não podem sequer imaginar que os bonecos são assassinos, Jade suspeita que Jesse é o criminoso e vice-versa. No caminho até o cemitério onde está o medalhão, os dois assassinos farão chover sangue e causar terror...! Andy não mais aparece nesse filme. Esse filme foi uma desgraça, uma sacanagem com os fãs de Chucky, pois trouxeram o pobre do boneco para a comédia, coisa que não agradou muito os fãs do Chucky aterrorizante.


FILHA DE CHUCKY (2004)

Título Original: Seed of Chucky
Ano: 2004 • País: ROMÊNIA, EUA, UK
Direção: Don Mancini
Roteiro: Don Mancini
Produção: David Kirschner, Corey Sienega
Elenco: Brad Dourif, Jennifer Tilly, Billy Boyd, Redman, Hannah Spearritt, John Waters, Keith-Lee Castle, Steve West, Tony Gardner, Jason Flemyng, Nicholas Rowe, Simon James Morgan

A maioria das longas e intermináveis franquias criadas no cinema de horror vieram de filmes originais até interessantes, mas que depois não conseguiram manter um nível mínimo de qualidade para perpetuar de maneira mais honrosa seu legado pelos anos seguintes. É o caso do filme Brinquedo Assassino (Child´s Play, 1988), que explorou a ideia de um boneco ser possuído através de magia negra pelo espírito de um criminoso assassino momentos antes de sua morte como humano, e que depois o boneco, apelidado de Chucky e vivo, continuaria a saga de brutais assassinatos.

Vieram depois outros filmes em 90 e 91, ainda tentando manter um clima mais sério, porém esbarrando em clichês comuns que os tornaram dispensáveis, e em 98 veio A Noiva de Chucky, pendendo totalmente para o humor negro e ridicularizando qualquertentativa de horror sério com a criação de uma boneca que justificaria o título do filme. Seis anos depois a franquia foi retomada, dessa vez com a direção estreante de Don Mancini, o criador dos personagens originais e autor dos roteiros de todos os filmes da série, e em 14/01/05 entrou em cartaz nos cinemas brasileiros O Filho de Chucky (Seed of Chucky).

A história é bem simples e cheia de crateras colossais. Após os eventos do filme anterior, o boneco filho do casal de plástico Chucky (Voz de Brad Dourif) e Tiffany (Voz de Jennifer Tilly), é escravizado por um ventriloquista farsante, Psychs (Keith-Lee Castle), que faz shows na Inglaterra. Pensando inicialmente ser órfão e tendo praticamente como única informação sobre sua origem o fato de ter sido fabricado no Japão (o famoso Made in Japan gravado no braço), ele descobre em um programa na televisão que um filme está sendo produzido explorando a lenda urbana de seus pais como bonecos assassinos. Ele consegue então fugir e atravessa o oceano até Hollywood, nos Estados Unidos, onde encontra Chucky e Tiffany inanimados, revivendo-os com frases de magia negra.

A partir daí, os bonecos reiniciam suas atividades na arte de matar, tendo como algumas de suas vítimas o técnico em efeitos especiais Tony Gardner, que literalmente perdeu a cabeça (sorte de Kevin Yagher, que foi o responsável pelos efeitos nos filmes anteriores e escapou dessa), ou o rapper Redman, cujas enormes tripas quentes resolveram sair do corpo (ambos interpretaram a si mesmos). O casal de bonecos assassinos entra também em contato com a atriz Jennifer Tilly (fazendo o papel de si própria), com o objetivo de tentarem se apossar de seu corpo e do motorista e namorado dela, Stan (Steve Lawton), um incompetente que não consegue declarar seu amor à atriz.

Paralelamente a tudo isso, eles descobrem que seu filho é na verdade um boneco andrógino que está indeciso em ser menino ou menina, e que tem horríveis pesadelos com mortes violentas, não querendo seguir a carreira assassina dos pais.
Esse quinto filme do boneco assassino Chucky é essencialmente uma comédia com elementos de horror em segundo plano, e que não deve ser levado a sério, pois a imensa quantidade de situações absurdas e rombos gigantescos no roteiro possuem apenas a função de tentar tirar algumas risadas do público. Eu vi todos os filmes da série (os dois primeiros em vídeo VHS no final dos anos 80) e os outros tive o privilégio de ver no cinema (digo privilégio, pois quando se vê um filme no cinema podemos considerar que praticamente é uma oportunidade única, já que não se fazem reprises nas telonas, transformando o fato num evento raro mais tarde, independente da qualidade do filme). 

Gostei apenas do original de 1988, que até tem uma boa ideia. Já as partes 2 e 3 ainda tentam ser sérias, mas esbarram nos clichês, e a parte 4 é uma paródia assumida, abusando demais da comédia. Com um orçamento de US$ 12 milhões e filmagens realizadas na Romênia, O Filho de Chucky explora aquela ideia de um filme dentro de outro, visto anteriormente em O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger e Pânico 3. Ele é apenas recomendado para os fãs mais ardorosos do boneco e analisando como filme de horror (mesmo que paródia), vale praticamente somente pelas homenagens e citações a outros filmes e personalidades, indo desde o clássico de Alfred Hitchcock Psicose (60), na cena do assassinato do chuveiro; passando pela obra prima de Stanley Kubrick O Iluminado (80), na cena onde Chucky enlouquecido arromba uma porta com um machado; e culminando na justa e honrosa lembrança da conceituada revista americana Fangoria (cuja capa apresentando uma mulher deformada serviu de inspiração para a masturbação de Chucky). Sem contar o lendário cineasta Ed Wood e seu filme Glen or Glenda (53), onde ele dirigiu, escreveu o roteiro e até atuou com pseudônimo no papel título, e o diretor John Waters, que faz um fotógrafo que sente no rosto a ação devastadora de um ácido corrosivo.

Mas, talvez a decisão mais acertada de Don Mancini foi a sequência hilariante de Chucky mandando a tediosa cantora pop Britney Spears (feita pela sósia Nadia Dina Arigat) para o inferno ao jogar seu carro para fora da estrada num precipício. O resto é meio difícil de aguentar, principalmente aquele boneco indeciso filho do Chucky, que não sabe se quer ser garoto (Glen) ou garota (Glenda), e que tem além de um rosto ridículo (o nome Shitface se encaixou perfeitamente), uma voz irritante (a do ator Billy Boyd, um dos hobbits da saga de O Senhor dos Anéis), sempre se lamentando em vez de seguir com orgulho os passos assassinos do pai.

Inicialmente o nome nacional do filme seria Semente de Chucky, uma tradução literal do original Seed of Chucky, mas depois foi oficializada uma mudança para o definitivo e menos inspirado título de O Filho de Chucky. Aliás, no começo do projeto havia a possibilidade do filme ser uma continuação direta do quarto episódio da franquia e pensou-se até no nome original Bride of Chucky 2. Curiosamente, o produtor executivo Guy J. Louthan teve uma pequena participação interpretando o próprio Don Mancini, o roteirista que criou a franquia e estreou agora na direção.


MALDIÇÃO DE CHUCKY (2013)

Título Original: Curse of Chucky
Ano: 2013 • País: EUA
Direção: Don Mancini
Roteiro: Don Mancini
Produção: David Kirschner, Don Mancini
Elenco: Chantal Quesnelle, Fiona Dourif, Jordan Gavaris, Danielle Bisutti, A Martinez, Maitland McConnell, Brennan Elliott, Summer H. Howell, Adam Hurtig, Brad Dourif

Lançado diretamente no mercado de DVDs, A Maldição de Chucky (Curse of Chucky, 2013), sexto filme da franquia do boneco assassino, começa de forma despretensiosa deixando o público na certeza de que vai ver mais do mesmo. Não demora muito para a produção mostrar para que veio. Com um suspense equivalente ao que foi visto apenas na obra original e sem as tiradas cômicas de A Noiva de Chucky e O Filho de Chucky, o brinquedo assassino está de volta em sua melhor forma.

O filme original Brinquedo Assassino (Child’s Play) foi lançado originalmente em 1988. Na trama, dirigida por Tom Holland (A Hora do Espanto) e roteirizada por Don Mancini, um assassino chamado Charles Lee Ray (Brad Dourif) é baleado em uma perseguição policial, mas consegue escapar até uma loja de brinquedos onde transfere a sua alma para um boneco da marca Good Guy, mas que responde pelo apelido de Chucky. Após este prólogo, o enredo mostrava o drama do jovem Andy Barclay (Alex Vincent), que ganhou de presente o tal boneco.

Com o sucesso, inevitáveis sequências surgiram. Brinquedo Assassino 2 veio em 1990, mas sem o mesmo fôlego da obra original. O terceiro filme da série foi lançado em 1991 e recebeu péssimas críticas. O boneco parecia fadado ao esquecimento quando a série foi revigorada em 1998 com A Noiva de Chucky. A nova produção passou a abusar de situações cômicas mescladas com os assassinatos. Além disso, o quarto filme introduziu a personagem Tiffany (brilhantemente interpretada por Jennifer Tilly). O Filho de Chucky veio em 2004 e mais uma vez a dupla Chucky e Tiffany brindavam o público com tiradas cômicas e cenas violentas em um roteiro pra lá de criativo que mostrava os dois bonecos atacando em Hollywood. Um dos momentos mais memoráveis é quando da boneca Tiffany sequestra a atriz Jennifer Tilly, interpretada por ela mesma. A Maldição de Chucky, dirigido por Don Mancini, começa apresentando a personagem Nica (Fiona Dourif, filha do ator Brad Dourif). Ela é paralítica e mora com a mãe Sarah (Chantal Quesnelle) em um casarão no meio do nada. De repente Sarah recebe uma grande encomenda dos correios. Dentro da caixa, ela e a filha encontram Chucky. Ninguém sabe quem mandou o boneco e ambas seguem com suas rotinas. Durante a noite, Sarah é encontrada morta no que parece ter sido um acidente. No dia seguinte, a irmã de Nica junto com o marido, a filhinha, a babá e um padre chegam para o enterro. Claro que Chucky vai começar a fazer algumas vítimas.

No entanto, diferente do que foi visto nos filmes 2 e 3, onde havia uma repetição da temática, Chucky parece ter uma outra motivação desta vez. Não demora muito para que os corpos apareçam e sobra para a pobre da Nica enfrentar / fugir de Chucky. E se a contagem de corpos não é das mais altas, ao menos a trama compensa esta questão com algumas mortes bastante criativas. O roteiro segue de forma sóbria explorando a escuridão de uma casa grande, sem energia, no meio do nada e com uma personagem paralítica que não tem como fugir. E se o filme segue de forma séria, Mancini, que também assina o roteiro, ainda consegue costurar esta nova produção com a obra original de forma bastante lógica. Para isto, o ator Brad Dourif (que dubla a voz do boneco desde o primeiro filme) volta a ser visto em cena como Charles Lee Ray em cenas de flashback muito bem conduzidas. Crédito da equipe de maquiagem.

A conclusão de A Maldição de Chucky também é uma das melhores da série não apenas por deixar uma porta aberta para outros filmes como também pelo tom pessimista. Aliás, os fãs de Tiffany vão ter uma ótima surpresa nos minutos finais da película. A decisão de deixar a personagem de fora da trama principal foi correta uma vez que ela é bastante associada aos filmes mais cômicos da série. No entanto, claramente trata-se de uma ausência sentida pelos fãs. Pensando nisso, a atriz Jennifer Tilly encarna pela terceira vez o papel da noiva de Chucky e a participação dela, apesar de curta, serve para este novo filme dialogar não apenas com a obra original, mas também com os demais capítulos da franquia. Resta aos fãs aguardarem notícias de um sétimo filme de Chucky.


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