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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

KING KONG NO CINEMA (1933/1933 -1962 - 1967 - 1976 - 1986 - 2005)



KING KONG (1933)

King Kong é um filme impressionante. Tão grandioso quanto o gorila gigante que dá título ao filme. Atrevo-me a dizer que é o filme mais importante de todo o cinema fantástico. E revendo-o, mesmo com toda sua limitação de época, fica muito claro que já poderia se prever que chegaríamos ao nível de efeitos especiais que vemos hoje nas grandes produções.

Mesmo que depois de 80 anos os efeitos especiais em stop-motion estejam datados, ainda mais depois da versão setentista produzida por Dino de Laurentiis e o arrasa-quarteirão de Peter Jackson de 2005, com efeitos impressionantes criados pela sua empresa Weta Digital (responsável também pela trilogia Senhor dos Aneis, Avatar e outros), você facilmente consegue se imaginar em uma plateia de cinema no ano de 1933 e ver nitidamente o público embasbacado encarando aquele símio poderoso enfrentando dinossauros na selva, destruindo Nova York e escalando o edifício Empire State com a bela garota amada na sua pata. Visualmente deve ter sido um choque de realidades assistir a King Kong.

Uma versão primata de A Bela e a Fera, com um final deveras trágico para os padrões Hollywoodianos daquela época, King Kong conseguiu como nenhum outro criar uma espécie de sentimento dúbio nos espectadores, que no começo temem a criatura selvagem, mas que com o passar da fita, o papel de vilão inverte-se para um personagem incompreendido que só busca pelo amor da bela Ann Darrow (interpretação definitiva de Fay Wray) e é capaz de se sacrificar por ela, como diz a antológica e eterna frase final de efeito: “Foi a bela que matou a fera”.

Essa capacidade de mexer com a plateia seria a marca indelével do sucesso de King Kong, tornando-o um ícone até hoje, reservando a majestade definitiva ao gorila gigante como o rei de todos os monstros, e porque não, o mais humano entre todos eles. O motivo dessa coroação incontestável é a “interpretação” de Kong, que através de técnicas de animação quadro-a-quadro de William O’Brien, conseguiu fazer com que o filme de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack escapasse de ser apenas um filme B (o que ele é na verdade, se pararmos para analisar friamente) para tornar-se um ícone do cinema.

A trama provavelmente já é de conhecimento de todo mundo. O incansável e ganancioso diretor de cinema Carl Denham (Robert Armstrong) parte com um navio junto com uma imensa tripulação para a Ilha da Caveira, uma península perdida no meio do oceano, onde quer filmar seu novo e impressionante filme, inspirado pelas lendas que habitam o local inóspito. Como naqueles anos, a crítica e o público só gostavam de histórias de romance, Denham precisa de uma personagem feminina no elenco, daí então surge a personagem de Darrow, salva pelo diretor ao tentar roubar uma maçã em uma barraca de frutas para aplacar sua fome, enquanto vaga desempregada pelas ruas em plena Depressão.

Durante a viagem, Darrow acaba se apaixonado pelo tipo durão, mas de coração mole, John Driscoll (Bruce Cabot). Ao chegarem na ilha, a garota é raptada pelos selvagens locais que a oferecem em sacrifício para aplacar a ira de Kong. O que se segue é uma aventura desenfreada pela floresta tropical, com toda a equipe sendo dizimada ou por terríveis dinossauros que vivem naquele mundo perdido (inclusive com um erro paleontológico grotesco, com um braquiossauro atacando-os no rio e devorando alguns homens, sendo que ele é um animal herbívoro) ou pelo próprio Kong, que não mede esforços para “proteger” a loura, tanto dos humanos quanto de um terrível tiranossauro, em uma das sequências de luta mais incríveis e violentas do filme (quiçá do cinema até então), e outros animais jurássicos.

Denham consegue capturar o macaco utilizando bombas, após Driscoll resgatar a moça de suas mãos simiescas, e resolve levá-lo para NY para apresentá-lo ao público em um show em plena Times Square, como a oitava maravilha do mundo. Claro que o gorila escapa e começa a desencadear uma onda de destruição sem precedentes na cidade, até encontrar Ann e levá-la ao topo do maior prédio da cidade, onde é infernizado por aviões que acabam por lhe tirar a vida. Uma das cenas mais memoráveis do cinema, repetida e parodiada à exaustão em diversas mídias durante todos esses anos (e muitos mais por vir, creio eu).

Dois recursos visuais também serviram para inspirar para sempre futuros diretores do gênero: primeiro, seres humanos sendo devorados, pisoteados e trucidados por animais ou outras criaturas de forma violenta, explícita e sem a menor piedade. Claro que são bonecos de massinha comendo outros bonecos de massinha. Mas deu para entender né?

Segundo, é a incrível cena onde Fay Wray vê pela primeira vez a criatura espreitando na floresta, antes de ser mostrada a nós, reles espectadores, e dá um grito de pavor, nos mostrando que realmente há algo terrível por ali, real, porém invisível a nós. Essa cena definiu toda uma experiência no gênero e fundaria uma das principais bases do cinema de horror: a noção de que aquilo que não vemos pode ser muito mais assustador e o quão terrível isso pode ser mensurado pelo simples grito primal de uma protagonista (feminina, óbvio).
Além disso, há muitas mensagens subentendidas em King Kong, para aqueles que queiram encará-la dessa forma. Primeiro de tudo, é claro, é o eterno conflito entre as selvas: a cidade e a floresta. A natureza não pode ser domada. É terrível e implacável e os seres humanos devem saber se por no seu lugar. A outra é o capitalismo mordaz. Sem querer ser marxista ou nada do tipo, mas aqui se escancaram as feridas abertas pela Depressão e os motivos que levaram uma garota desesperada a uma experiência de quase morte, sujeitando-se ao que for necessário e a ganância de um homem em busca da fama e dinheiro, onde não importa a segurança da plateia contra uma fera revolta, e sim que eles paguem para isso. Fora isso há a questão da opressão, do homem ao animal, ou do homem a outras culturas, do cárcere forçado, e mais que tudo isso, a força opressiva do amor, que pode nos levar a consequências terríveis.

FILHO DE KONG (1933)

A história começa aproximadamente um mês após ao dramático final, de king kong, no filme original de 1933. as aventuras do filmmaker carl deham (interpretado novamente por robert armstrong), agora com graves problemas jurídicos pela destruição feita por kong. Deham sai de New York no navio Venture, do capitão englehorn. um marinheiro (nils helstrom) vendeu para denham um mapa com a localização da ilha da caveira / skull island, onde acreditavam existir um tesouro escondido. Também no navio viaja uma bela jovem (hilda peterson), que treinou macacos para um show de circo. Eles retornam a ilha da caveira, encontram um filhote albino de king kong / kiko (nome usado pela produção, mas não citado no filme), que os salva, tornando-se assim amigos.
Foi produzido e lançado ainda em 1933, para aproveitar o sucesso estrondoso de king kong. porém, não alcançou o mesmo sucesso. Um fato interessante é que em 1933, quando foi lançado o filme, gorilas albinos eram desconhecidos no mundo; só em 1966 com 3 ou 4 anos de idade, foi capturado na guinea equatorial, o primeiro e único gorila albino do mundo, floquet de neu / floquinho de neve, que viveu até 24/11/2003, no zôo de barcelona.

KING KONG VS GODZILLA (1962)

King Kong vs. Godzilla ou Kingu Kongu tai Gojira é um filme de 1962 dirigido por Ishiro Honda e Eiji Tsuburaya (efeitos especiais). É o contrário do estilo dos efeitos do filme de 1933 King Kong, este filme mostra um homem manipulando o boneco de vestir do King Kong em vez de animação stop-motion. É o primeiro filme colorido do Godzilla.
Sr. Tako, o engraçado presidente da Farmacêuticos Pacific, chama seus asseclas Sakurai e Kinsaburo para viajar para a Faro Island capturar o gorilão King Kong e levá-lo pro Japão, na tentativa de melhorar os comerciais. Enquanto isso, Godzilla se liberta do iceberg e ataca a imprensa japonesa, o que deixa Tako com muita raiva.

Enquanto isso, na Faro Island, o polvo gigante Oodako ameaça a vida dos aldeões mas é impedido pelo poderoso Kong com a ajuda de Sakurai e Kinsaburo. Depois, Kong bebe o suquinho e adormece. Sakurai e Kinsaburo levam Kong para o navio e seguem para Japão. Voltando à Farmacêuticos Pacific, Tako pula de felicidade por Kong atacar a imprensa japonesa em vez de Godzilla. Tako sai para se encontar com seus homens Sakurai e Kinsaburo.


No navio, Tako vê com alegria o gorilão Kong, mas aí o gorilão acorda e ataca a todos e vai ao Japão aterrorizando a vida dos japoneses.

No clímax, King Kong encontra o Godzilla e começa a luta do terminando com os dois monstros caindo na água. Kong sobrevive, mas ninguém sabe o que houve com Godzilla. Finalmente, Kong volta para sua Faro Island. Quase todas as cenas cômicas do filme foram excluídas da versão ocidental lançada pela Universal International. O produtor John Beck cortou cenas do original japonês e no lugar delas adicionou filmagens com atores americanos interpretando repórteres comentando sobre a ação. Até a música de Akira Ifukube deu lugar à trilha de filmes da Universal.

Alterações:

música de Akira Ifukube trocada por trilha de filmes da Universal.
cortada: cena da festa de despedida para Sakurai e Farue.
cortada: cena com Sakurai tocando percussão nas gravações de comerciais. Posteriormente, Farue lhe diz que ele está a caminho da Faro Island.
cortada: maior parte cômica.
cortada: cena em que jornais mostram os ataques de Godzilla.
O diretor Ishiro Honda queria usar animação stop-motion em vez de bonecos de vestir usados em seus filmes. No entanto, o orçamento descartou o uso de stop-motion. Ainda assim, Honda usou stop-motion na cena em que Oodako pega o aldeão e o joga no ar, e na outra em que Godzilla pula pra cima do Kong.

Devido ao estrondoso sucesso de bilheteria do filme, a Toho quis fazer a continuação. Essa continuação se chamava "Continuação: King Kong X Godzilla". No entanto o projeto não chegou a sair do papel devido a problemas de licenciamento com a Turner International já que esta detém os direitos do filme original de 1933.

Em 1991, a Toho quis produzir o filme da série Heisei chamado Godzilla X Mechani-Kong usando o clone mecânico de King Kong. Porém, o filme foi cancelado porque por "Mechani-Kong se assemelhar demais ao King Kong". No final, o filme acabou conhecido como Godzilla vs. King Ghidorah.

REGRESSO DE KING KONG/ A FUGA DE KING KONG (1967)

Quando você pensa em filmes japoneses com monstrengos, qual é a primeira coisa que vem à mente? Godzilla, é claro! A saga do lagarto superdesenvolvido que toca o terror por onde passa (embora em alguns filmes ele mude de lado e seja herói, defendendo a mesma Tóquio que anteriormente devastou... vai entender?) rendeu inúmeros filmes, onde ele lutava contra a mariposa gigante Mothra, contra sua versão cibernética (o famigerado Mechagodzilla) e até mesmo com o King Kong, em um filmaço de 1962! Até aí, nada de muita novidade; o surpreendente é constatar que o diretor Ishiro Honda deve ter achado tão bacana fazer um filme com o gorilão que achou que ele merecia uma aventura solo em território nipônico: "King Kong Escapes", de 1967, a jóia perdida da... ahn, como direi... "filmografia" do nosso macacão favorito!

A sinopse, por si só, já é uma pérola do nonsense que dá de goleada nas "Zorra Totais" da vida: Uma mineradora usa um robô gigante cópia do King Kong (!) para procurar pedras preciosas (!!) no Polo Norte (!!!). Quando ele pifa, a mineradora tem a "brilhante" ideia de capturar o verdadeiro gorilão (!!!!) para escavar no lugar de sua versão cibernética (interessante constatar que ninguém pensou em consertá-lo), mas obviamente Kong se revolta e foge nadando para o Japão (!!!!!). Temendo que o pior aconteça, as autoridades decidem restaurar sua versão mecha (só agora) para defender o país. Pronto, terminei, já parou de rir? Calma, poupe o seu fôlego, ainda tem mais: Os figurinos chegam a constranger de tão ridículos, acho que qualquer fantasia de carnaval é mais bem acabada que isso aqui. 

Resumindo, não preciso me estender mais, quaisquer comentários adicionais seriam como chover no molhado, ainda mais se alguém aí tiver se dado ao trabalho de ver o insano trailer que postei, portanto agora é contigo: Você tem 3 opções; ou procura a fita VHS antiga pra burro que saiu pela extinta CIC Video com o título de "A Fuga de King Kong", espera passar no Telecine (ele costuma dar as caras por lá) ou então, caso queira uma solução imediata, vamos à minha opção favorita: Baixa o torrent 

KING KONG (1976)

Depois do filme original de 1933 seria necessário esperar pelo Natal de 1976 para em dois mil cinemas de todas as capitais do mundo se estrear a nova versão da história mítica de Kong. Nesse intervalo de 43 anos cerca de uma dúzia de outros filmes, utilizando figuras de gorilas mais ou menos gigantescos, puderam ser vistos. Tratavam-se, na sua grande maioria, de filmes de baixo orçamento, os chamados filmes B. Citam-se alguns: “Nabonga” (EUA, 1944), “Mighty Joe Young” (EUA, 1949, do mesmo realizador do primeiro Kong, Ernest B. Schoedsack), “Gorilla at Large” (EUA, 1954, com Cameron Mitchell e Anne Bancroft), “Konga” (uma curiosa produção inglesa de 1961) ou ainda os japoneses “Kingu Kongu Tai Godzilla” ("King Kong Contra Godzilla") e “Kingu Kongu No Gyakushu” (“O Regresso de King Kong”).

Dino de Laurentis, o produtor italiano mais conhecido nesses anos, foi o cérebro da operação de relançamento da figura de Kong, servindo-se para tanto de um orçamento e de meios técnicos pouco habituais na realização de obras fantásticas. Desta vez a expedição à ilha da Caveira (as filmagens foram feitas no Hawaii) nada tem a ver com o mundo do show-bizz – é um petroleiro, o Petrox Explorer, que sob o comando do dono da empresa, Fred Wilson (Charles Grodin) parte em busca do ouro negro. Jack Prescott (Jeff Bridges), um paleontólogo da Universidade de Princetown, embarca como passageiro clandestino, enquanto que, já a meio da viagem, é pescada numa lancha à deriva a bela Dwan (Jessica Lange), uma atriz loura e sedutora, que se encontrava no iate de um produtor de cinema que naufraga quando se dirigia a Hong Kong.

A partir deste prólogo estão reunidas as personagens principais e as peripécias irão assemelhar-se em muito às do filme de 1933. A energia, fonte de crise na década de 70, substitui-se a uma outra crise económica (a da Grande Depressão dos anos 30). King Kong, trasladado da ilha para Nova Iorque, ao serviço de uma marca e da sua imagem publicitária, é o símbolo de uma natureza que se procura domesticar e moldar a interesses que não são os da grande maioria da população mundial. Desviado do seu habitat natural, Kong mostra-se presa fácil, ainda que de efeitos devastadores, de uma civilização que tudo tenta manobrar em proveito próprio e a todo o custo.

Para lá da perfeição das trucagens, o melhor desta segunda versão de Laurentis-Guillermin é a relação mais íntima desenvolvida entre Kong e a sua presa predileta, Dwan. Desta vez não se trata apenas de um boneco mecânico, como no primeiro filme. Existe realmente um ator, Rick Baker (não creditado no filme) por detrás da máscara de Kong usada nos grandes planos. Daí a “humanização” da figura do grande gorila nas cenas mais intimistas. E é justo realçar aqui três dessas belissimas sequências: a do banho na cascata da selva (no seguimento do qual Dwan é secada pelo sopro de Kong), a cena do reservatório de petróleo no navio, a caminho já de Nova Iorque (em que Dwan cai, literalmente, na mão de Kong, o qual, acalmado na sua fúria, a deixa paulatinamente subir as escadas de ferro de regresso ao convés do navio) e a cena final no topo do World Trade Center (um dos atrativos extra deste filme, como muito bem se poderá entender) onde o derradeiro sacrifício de Kong é testemunhado pelas lágrimas de Dwan.

Um bom filme de entretenimento, obviamente bem feito tecnicamente, com as virtudes já apontadas mas que abusa um pouco no exotismo e efeitos “bilhete postal”, bastante longe do lirismo espontâneo e do clima poético que, se calhar inconscientemente, o primeiro filme conseguia transmitir ao espectador. De referir  ainda a bela partitura musical de John Barry e a estreia de Jessica Lange no cinema, atriz multi-facetada que nos iria posteriormente oferecer belas interpretações nos mais variados filmes.

CURIOSIDADES:

- O boneco mecânico de "King Kong" foi construído à escala natural (12 metros de altura) por Carlo Rambaldi, recomendado a Dino de Laurentis por Mario Bava, que declinou a oferta para se ocupar dos efeitos especiais por não se querer ausentar de Itália. Durante todo o filme a única cena em que se vê a estrutura na sua totalidade é a da apresentação de Kong (com a coroa) no parque de diversões de Nova Iorque

- Os realizadores Roman Polanski, Michael Winner e Sam Peckinpah recusaram todos eles dirigir esta nova versão do filme. E as atrizes Britt Ekland e Bo Derek recusaram também o papel de Dwan

- Os empregados do Empire State Building, desagradados pelo fato de o final do filme ser filmado no World Trade Center, apresentaram-se no 102º andar do ESB todos vestidos com fatos de macacos.

- Segundo revelação feita por Meryl Streep no programa televisivo de David Letterman, Dino de Laurentis recusou a atriz por a considerar “feia”. Disse-o em italiano no final da audição de Streep, sem saber que esta compreendia a língua italiana.

- As filmagens decorreram entre Janeiro e Agosto de 1976, num horário exaustivo de 12 horas por dia. Para a cena final em Nova Iorque foram requisitados 5.000 figurantes mas para gáudio dos produtores apareceram mais de 30.000 pessoas

- O filme ganhou o Oscar para os melhores efeitos especiais e foi nomeado para os Oscares do melhor som e da melhor cinematografia. Foi ainda distinguido com um prémio especial da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films.

KING KONG VIVE (1986)

Nem todo mundo sabe, mas o filme “King Kong” de 1976, refilmagem do clássico de 1933, teve uma “continuação”, cuja estréia se deu no ano de 1986, como uma tentativa dos produtores em manter um dos maiores ícones do “cinema de monstro” vivo na memória dos fãs e com isso, garantir mais dinheiro nas bilheterias. Isso é o que eles queriam, mas nem sempre, querer é poder, como todos sabem.

“King Kong 2” (King Kong Lives), dirigido por John Guillermin, começa exatamente onde o filme anterior termina, com a morte do gorila gigante, após ser metralhado e cair do maior edifício do mundo na época, o World Trade Center. Na versão original, o maior edifício do mundo era o Empire Stade Building. Uma equipe médica, comandada pela doutora Amy Franklin, vivida pela atriz Linda Hamilton, decide salvar o animal, levando-o a um laboratório para submetê-lo a uma cirurgia cardíaca, onde é implantado um coração artificial, mantendo Kong vivo.

Mas para que a cirurgia fosse bem-sucedida, seria necessária uma transfusão de sangue, o que leva os cientistas a buscarem nas florestas de Bornéu uma fêmea da mesma espécie. Surge então a “Lady Kong”, que assim como o macacão, se apaixona por um humano, no caso, o aventureiro responsável pela missão de captura, Hank Mitchell (Brian Kerwin).

Após se encontrarem, Kong se apaixona pela fêmea e eles acabam tendo um filhote. O estranho é que o rebento nasce do tamanho de uma pessoa adulta. Contenção de despesas. Aliás, essa história de herdeiro de Kong não era novidade, já que existe um filme antigo chamado “O filho de Kong”, lançado em 1933 e considerado como uma sequência direta do clássico.

A “família” é perseguida pelo militar Archie Nevitt (John Ashton), que recebera ordens de matar os animais e consegue capturar Lady Kong. Kong parte em busca da companheira, correndo o risco de perder a vida, devido a falhas no coração artificial em seu peito. Restam poucas horas para que King Kong consiga salvá-la e garantir a sua segurança, antes que encontre seu derradeiro momento de vida.

Os que lembram desse filme, reprisado à exaustão pelo SBT, têm na memória algumas cenas, como a do gorila devorando um cara inteiro e limpando os dentes, além do momento em que ele pisa e esmaga um carro novo de um cara. Quase ia me esquecendo do momento em que ele quebra um cara como se fosse um graveto.

Outra lembrança são as feições do animal, mais caricatas do que as de um ator de terceira, resultado de uma máscara que não convencia muito, mas que era o que dava para comprar com um orçamento pequeno. Se bem que diante de alguns efeitos especiais que temos hoje em dia, até que o Kong dos anos 80 era bem legal. Pelo menos era mais físico e menos “pixels”.


Vale procurar esse filme em DVD ou mesmo no Youtube para assistir, mesmo que de curiosidade, afinal, King Kong é uma das marcas mais fortes na história do cinema. Não tem os mesmos recursos narrativos e visuais do filme de Peter Jackson, lançado em 2005, mas apresenta uma interessante visão de um monstro clássico, procurando ampliar a sua humanização, iniciada tanto na versão original dos anos 30, como na sua refilmagem dos anos 70.


KING KONG (2005)

Peter Jackson mantém a boa forma de Senhor dos Anéis e nos presenteia com mais um excelente trabalho!
Peter Jackson é o cara! Depois de todo o trabalho que teve para levar a trilogia do anel de Tolkien para as telas, resolveu encarar mais um projeto de proporções gigantescas ao invés de descansar: a segunda refilmagem do clássico King Kong, do longínquo ano de 1933 – o primeiro remake, de 1976, dirigido por John Guillermin e com elenco encabeçado por Jeff Briges e a estonteante Jéssica Lange estreando nas telas.

Era o projeto dos sonhos de Jackson, que desde criança tinha certo fascínio pela história do gorila que se apaixona por uma bela loura e acaba destruindo parte de Manhattan. Jackson inclusive chegou a desenvolver o projeto para a Universal na década passada, mas como ainda não tinha o prestígio que tem hoje e com o fracasso de Os Espíritos no cinema, sua primeira incursão no esquema hollywoodiano, acabou tendo que adiar seu sonho.

Eis que sua vida mudou quando ganhou um monte de dinheiro com O Senhor dos Anéis, além de várias estatuetas douradas. De cineasta semidesconhecido a rei neozelandês do cinema, o cara finalmente foi convidado a retomar o projeto do gorilão pela Universal, só que dessa vez com todas as regalias merecidas – e um salário recorde de vinte milhões de dólares!

Com a mesma equipe do projeto anterior, Jackson começou a desenvolver o filme – e há males que vêm para o bem: o roteiro que ele tinha em mãos na década de 90 era infinitamente inferior ao que escreveu agora, junto a Philippa Boyens e sua esposa Fran Walsh, seu braço direito. E os três fizeram um trabalho digno da produção clássica da RKO: o novo King Kong é um trabalho fenomenal.

Claro que o dinheiro ajudou muito: com um orçamento astronômico de 207 milhões de dólares (que inclusive estourou os 175 milhões de dólares previstos inicialmente), Jackson pôde trabalhar como quis, e por isso mesmo cometeu exageros que à primeira vista assustam como, por exemplo, as mais de três horas de duração. Quando essa notícia foi divulgada, começaram as especulações sobre um cineasta sem limites sobre o próprio ego. Pior ainda quando foi divulgado o primeiro teaser, que mostrava que o cineasta ia ser fiel mesmo ao original, inclusive trazendo novamente os dinossauros, que atualmente poderiam ser considerados fantasiosos demais para nossa cínica época (um problema que a refilmagem de Guerra dos Mundos, de Spielberg, enfrentou).

Mas Jackson surpreendeu e provou ser lúcido o bastante para entregar outro filme grandioso, no melhor sentido da palavra. Tudo o que está na tela merece estar ali, ponto final. Cada minuto é bem aproveitado e todo o dinheiro gasto na produção é visto na tela, coisa difícil no cinema atual. A produção do filme realmente foi esmerada, porque tudo na tela é lindo: desde a reconstituição de época (a história se passa em 1933, como no filme original) até os efeitos digitais de última geração.

A estrutura narrativa do filme original, em três atos distintos, é mantida. Com poucas intervenções, claro, para tornar o filme mais dinâmico e apto para as plateias atuais, ávidas por cenas de ação de tirar o fôlego – e o filme oferece isso de forma espetacular. Aliás, há muito tempo não aparecia um filme-pipoca tão merecedor do nosso parco dinheirinho. E só de lembrar que o último monstrengo que apareceu nas telonas foi o canhestro Godzilla... Rolland Emmerich tem muito o que aprender.

O filme se inicia apresentando-nos Ann Darrow (Naomi Watts, impressionantemente bela e vigorosa), atriz de teatro de vaudeville que, assim como quase toda a população americana daquela época, está faminta e sem emprego. Quando, em um momento de desespero, rouba uma maçã e acaba sendo flagrada, é salva pelo cineasta Carl Denham (Jack Black), que vê na moça as características ideais para encarnar a musa de seu novo filme, que está por um fio. A moça é convencida a entrar na produção quando descobre que o roteirista do filme é o famoso Jack Driscoll (Adrien Brody), e embarca no navio S.S. Venture para as filmagens na desconhecida Ilha da Caveira, junto a outros integrantes da produção, capitaneados pelo bravo comandante Englehorn (Thomas Kretschmann).

Só que a equipe não contava que a ilha fosse muito mais inóspita do que eles esperavam. Logo deparam com uma selvagem tribo local que os atacam, raptando Ann para servir de oferenda ao deus local, o Kong (o gorila só aparece com mais de uma hora de filme, uma estratégia acertadíssima para aguçar ainda mais a curiosidade do espectador). Enquanto o restante da tripulação do barco tenta sobreviver aos ataques da tribo (e Jack Driscoll se torna um herói atrás de Ann), dos dinossauros que surgem em cena e de outros animais tão apavorantes quanto (Jackson fez questão de incluir uma cena que foi cortada do filme original e que provavelmente está perdida para sempre – aquela em que eles são atacados por aranhas e outros
bichos nojentos), Ann acaba desenvolvendo uma afeição pelo Kong, que a salva de perigos (ele inclusive trava uma batalha sangrenta com um tiranossauro rex para entrar na história).Aliás, Jackson não tem pudores em mostrar corpos sendo devorados, sangue e outras atrocidades – e para isso serve o elenco de apoio, nomes como Jamie Bell, Colin Hanks, Evan Parke entre outros.  

Quando Ann é resgatada e o gorila capturado para servir de atração em Nova York (em uma das poucas cenas mal resolvidas), o filme parte para o aguardado terço final, onde Kong foge do cativeiro em pleno espetáculo e parte para a destruição em massa atrás de sua musa, culminando na clássica cena da subida dele no prédio Empire State. É quando Ann descobre que é muito melhor estar apaixonada por um gorila gigante que por Adrien Brody. Ela, definitivamente, não é boba. Nem Peter Jackson, que finalmente pôde realizar o seu projeto de infância. E quem ganhou fomos todos nós, que finalmente podemos ver um blockbuster com B maiúsculo.


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