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domingo, 28 de dezembro de 2014

INGMAR BERGMAN (14/07/1918 - 30/07/2007) - BIOGRAFIA



Ernst Ingmar Bergman (Uppsala, 14 de julho de 1918 — Fårö, 30 de julho de 2007) foi um dramaturgo e cineasta sueco.

Ingmar Bergman (pronúncia em sueco: ['ɪŋmar 'bærjman] Ltspkr.png ouça) estudou na Universidade de Estocolmo, onde se interessou por teatro e, mais tarde, por cinema. Iniciou a carreira em 1941, escrevendo a peça teatral "Morte de Kasper". Em 1944, desenvolveu o primeiro argumento para o filme "Hets". Realizou o primeiro filme em 1945, "Kris".

Seus trabalhos lidam geralmente com questões existenciais, como a mortalidade, a solidão e a fé. Suas influências literárias provêm do teatro: Henrik Ibsen e August Strindberg.

Teve um romance com Liv Ullmann, com quem teve uma filha. Dirigiu a atriz em dez filmes, começando por Persona.

Talvez o melhor comentário sobre Ingmar Bergman tenha partido de Jean-Luc Godard: "O cinema não é um ofício. É uma arte. Cinema não é um trabalho de equipe. O diretor está só diante de uma página em branco. Para Bergman estar só é se fazer perguntas; filmar é encontrar as respostas. Nada poderia ser mais classicamente romântico". (Jean-Luc Godard, "Bergmanorama", Cahiers du cinéma, Julho – 1958).

A obra de Ingmar Bergman compõe um dos mais ricos e essenciais capítulos da história do cinema. Como poucos, o diretor se apropriou da linguagem para realizar um conjunto significativo que transcende a própria experiência cinematográfica.  Abordando temas intrínsecos à existência humana  – como desejo, morte e religiosidade –, o cineasta rompeu as fronteiras do cinema sueco e atingiu a universalidade.  


A relação de Bergman com o cinema antecede seu trabalho como profissional. Antes de estrear na tela, já havia descoberto o cinema como forma de expressão e até de sobrevivência. Aos 9 anos, no natal de 1927, não resistiu à tentação de ver o irmão presenteado com um projetor e sugeriu uma barganha definitiva para o futuro de sua vida:  trocou um exército de chumbo pelo cinematógrafo.  

Filho de pastor luterano, amargou uma criação autoritária, baseada em conceitos relacionados ao pecado, confissão, castigo, perdão e indulgência.  Em sua autobiografia, Lanterna mágica, Bergman faz relatos impressionantes. Sempre que contava uma mentira recebia castigos constrangedores, como desfilar vestido de menina ou ser trancafiado num armário.  É nesse período que vivencia sentimentos como vergonha ou humilhação, tão explorados em seus filmes. 

A iniciação profissional do diretor se deu através de um dos patriarcas do cinema sueco, Victor Sjostrom, homenageado em Morangos Silvestres, em que Sjostrom interpreta o protagonista que perde a noção da memória face à iminência da morte. Do mestre, diretor do clássico O Vento, com Lilian Gish, Bergman herdou a compreensão da natureza como elemento de sustentação dramática.  É o que ocorre, por exemplo, em Monika e o Desejo, onde o verão inunda a trama de sensualidade.Foi esse filme, por sinal, que despertou o interesse de Woody Allen pelo diretor sueco.  

Embora Bergman seja quase sempre lembrado por suas obsessões mais frequentes, como o passar do tempo, a morte e a impossibilidade de comunicação, presentes em filmes como Luz de inverno, O Sétimo Selo, O Silêncio, Persona e tantos outros, o conhecimento mais aprofundado de sua obra revela um autor de talentos múltiplos. O Olho do diabo, Sorrisos de uma noite de Amor e Para não falar de todas essas mulheres são filmes de um bom-humor surpreendente, sobretudo quando se sabe que são filmes do mesmo autor de Vergonha, Face a face e Da Vida das Marionetes.  

Com larga experiência teatral (foi diretor do Tearto Municipal de Goteborg , do Teatro de Malmoe e até hoje continua encenando), Bergman trabalhou em seus filmes com uma equipe que praticamente não se alterou. Harriet Andersson, Erland Josephson, Max Von Sydow, Ingrid Thulin, Liv Ullman e o insuperável Gunnar Bjornstrand são apenas alguns dos nomes imortalizados pelo seu cinema.  

Sem eles, não existiria essa obra feita a base de rostos, gritos, silêncios e sussurros. Apesar da fama mundial, Bergman não usufrui do mesmo prestígio na terra natal, a Suécia. Acusado de burlar o fisco, em meados da década de 70, caiu em desgraça.  Desde então, vive recluso na ilha de Faro, de onde só sai para encenar suas peças teatrais ou realizar especiais para a tevê. Fanny e Alexander, Oscar de 1985, foi seu último trabalho para o cinema.

O diretor e roteirista morreu em sua casa em Fårö aos 89 anos, de forma tranquila – segundo sua filha, Eva Bergman – e, coincidentemente, no mesmo dia em que faleceu Michelangelo Antonioni. Encontra-se sepultado em Fårö kyrkogård (Fårö Churchyard), Fårö, na Suécia


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