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sábado, 7 de março de 2015

CRIMES DA RUA MORGUE / CASA SINISTRA/ GATO PRETO / RAIO INVISÍVEL (CRÍTICAS E DOWNLOAD)




DE 4 - FILMES DE HORROR

A Idéia da sessão e proporcionar críticas de 4 filmes clássicos de horror aos fãs do gênero. E para apreciar melhor a matéria, poderá fazer o download dos filmes. Para começar, quatro obras primas do cinemão anos 30.

Murders in the Rue Morgue

1932 / EUA / P&B / 61 min / Direção: Robert Florey / Roteiro: Robert Florey (adaptação), Tom Reed, Dale Van Every (baseado na obra de Edgar Allan Poe) / Produção: Carl Laemmle Jr. / Elenco: Bela Lugosi, Sidney Fox, Leon Waycoff, Bert Roach, Betty Ross Clarke 

Além do já famoso ciclo de monstros, a Universal foi responsável também por uma série de adaptações livres dos contos de Edgar Allan Poe para o cinema, todas elas com Bela Lugosi no elenco, porém sem o mesmo brilho e assertividade que a parceira entre Roger Corman e Vincent Price nos anos 60. O primeiro dessa safra foi Os Crimes da Rua Morgue.

E posso dizer com toda convicção que Os Crimes da Rua Morgue é o mais fraquinho de todos (Lugosi ainda estrelaria O Gato Preto e O Corvo, ambos junto de Boris Karloff). Bom, começa pelo fato que sou fã confesso de Edgar Allan Poe, mas o conto que deu origem a esse filme nunca me desceu direito. Afinal, um orangotango cometeu o assassinato? 

Eu sei, eu sei sobre a importância do conto para as história policiais modernas, e que se não fosse Os Crimes da Rua Morgue, provavelmente Sir Artur Conan Doyle nunca teria criado o famosíssimo detetive Sherlock Holmes. Mas um orangotango? Bom, dá para baixar o conto para ler aqui.

Enfim, aqui a adaptação livre troca de símio, um orangotango por um gorila chamado Erik, que na verdade é um chimpanzé, mascote de estimação de um cientista louco e maníaco chamado Dr. Mirakle, interpretado canastrissimamente (como de costume, por sinal), por Bela Lugosi. Mirakle tenta colocar na cabeça da população da Paris do século XIX a teoria da evolução das espécies de Darwin, em uma feira de rua, dissertando que viemos dos primatas e que Erik é praticamente humano. Claro que foi um ultraje.

Determinado em provar sua teoria, Mirakle começa a raptar prostituas para suas experiências, de misturar sangue humano com sangue macaco, para ver o que acontece. Isso chama a atenção de Pierre Dupin, que no livro é um homem inteligente, brilhante e com um poderoso senso de dedução que resolve o crime, e aqui só é um cara apaixonado pela doce Camille L’Espanaye, estudante de medicina, pé rapado que vive com um companheiro de quarto insuportável que faz às vezes de mulher preocupada, que começa a suspeitar de Mirakle ser o responsável pelas mortes.

Como seria impossível manter um longa metragem utilizando apenas o conceito original do livro, o ataque do gorila / chimpanzé fica para o terceiro ato. Mirakle apaixonado pela moça, manda o macaco raptá-la do seu quarto, colocando a polícia de Paris e Dupin em seu encalço, apenas depois de ser considerado o principal suspeito. Tudo bem que estamos em 1932, mas o símio é realmente tosco. 


Misturando imagens reais com a de um sujeito vestido um traje peludo de macaco (ao melhor estilo Congo), o truque da edição não funciona nem um pouco bem, e se a intenção era chocar, acabou se tornando bem cômico e ridículo. Apesar de haver muita limitação de efeitos visuais na época e o responsável pela maquiagem ser o brilhante Jack Pierce, Frankenstein, O Médico e o Monstro e A Ilha das Almas Selvagens, por exemplo, já haviam nos apresentado um trabalho muito mais satisfatório 





The Old Dark House

1932 / EUA / P&B / 72 min / Direção: James Whale / Roteiro: Benn W. Levy (baseado na obra de J.B. Priestly)/ Produção: Carl Laemmle Jr. / Elenco: Boris Karloff, Melvyn Douglas, Charles Laughton, Lilian Bond, Ernest Thesiger, Eva Moore
A Casa Sinistra é a empreitada da Universal na típica história gótica sobre casarões vitorianos, logo após o lançamento da sua primeira e bem sucedida leva de filmes de monstros: Drácula e Frankenstein, e alguns meses antes de A Múmia.

Carl Lammle Jr. mas uma vez dá o controle do barco para o trio responsável pelo sucesso de Frankenstein no ano anterior: o diretor James Whale, o astro Boris Karloff e o maquiador Jack Pierce, para criar todo o clima de um filme com a autêntica parafernália gótica para meter medo: uma mansão, uma noite de tempestade, portas e janelas batendo, cortinas esvoaçantes, corredores mal iluminados, um grupo de viajantes recebidos por uma família estranha e um sinistro mordomo.

Misturando terror com doses de humor e esquisitices como só Whale era capaz de fazer (vide os seus próximos trabalhos: O Homem Invisível e A Noiva de Frankenstein), A Casa Sinistra entrega seus elementos do gênero de forma séria, porém intercalando-os com diálogos afiados, situações de pastiche, lutas atrapalhadas e comportamento absurdo da maioria de seus personagens.

Três viajantes, Penderel, Phillip Waverton e sua esposa Margaret (interpretado por Gloria Stuart, a velhinha de Titanic) estão passando pelo diabo na estrada durante uma intensa tempestade. Ao escaparem por pouco de um deslizamento de terra, eles param na estranha mansão para poder se abrigar e esperar a fúria da natureza se acalmar um pouco. Lá, são recepcionados de forma bem distinta pela outrora próspera e agora decadente família Femm. Horace, é o irmão acolhedor, solícito e medroso, enquanto sua irmã Rebecca é uma megera antipática, semi-surda, conservadora e carola que não para de tagarelar. Além dos dois anfitriões, há Morgan, o mordomo mudo interpretado por Karloff.

Não sei se Lammle e o pessoal da Universal não acreditavam no potencial de diálogo de Karloff, porque mais uma vez, como em Frankenstein, ele faz um personagem que não fala uma palavra sequer o filme inteiro, soltando apenas alguns grunhidos inteligíveis. Mas apesar do papel secundário, a equipe de maquiagem de Jack Pierce mais uma vez caprichou e transformou Karloff num ser feioso, carrancudo e com o rosto cheio de deformações e cicatrizes.

Pois bem, acontece que os Femm escondem um terrível segredo familiar dentro daquele casarão, que envolve o patriarca da família, o velho Roderick Femm que vive inválido e enclausurado no último andar da casa, e Saul, o irmão mais velho trancafiado. Morgan também tem um sério problema com o alcoolismo e torna-se extremamente violento e perigoso quando enche a cara, coisa que faz bem naquela noite. Fora isso mais dois visitantes chegam à casa também para se protegerem da tormenta, o casal William “Bill” Poterhouse e Gladys Perkins (que usa um nome falso no começo, sabe-se lá porque).

Só que o que fica devendo em A Casa Sinistra são cenas realmente de terror genuíno em uma trama subaproveitada, pois quando você descobre o verdadeiro segredo que vive naquela casa, chega até ser decepcionante, já que Whale vai criando um clima bem misterioso que vai prendendo sua atenção ao filme, mesmo em meio a situações completamente inverossímeis e estapafúrdias, como o desconcertante jantar ou quando Gladys e Penderel saem no meio da tempestade para tomar uma dose de uísque no carro, e voltam perdidamente apaixonados, com ele decidindo pedi-la em casamento e ela dispensando Bill na maior cara de pau, sendo que o corno leva na maior esportiva e ainda faz graça com isso. Oi? 

Morgan e Rebecca também são dois personagens mal aproveitados, que poderiam render muito mais à trama, assim como Saul, se suas verdadeiras motivações fossem mais bem explanadas bem como sua insanidade. E ao final, com a noite que parecia sem fim terminando e os raios de sol adentrando a casa, tudo volta ao normal como se nada tivesse acontecido. Mas há de se concordar que a direção de Whale é precisa, além dele ser um excelente diretor de atores e especialista em ludibriar o espectador, entregando algo completamente não usual e fora do inesperado. Uma curiosidade é que A Casa Sinistra ficou fora de circulação muito tempo, pois todas suas cópias haviam se perdido. Somente vários anos depois, na década de 60, que o diretor Curtis Harrington encontrou seus negativos, salvando o filme do esquecimento.



The Black Cat

1934 / EUA / P&B / 65 min / Direção: Edgar G. Ulmer / Roteiro: Peter Ruric (inspirado pela obra de Edgar Allan Poe) / Produção: Carl Laemmle Jr., E.M. Asher (não creditados) / Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, David Manners, Julie Bishop

Carl Lammle e a Universal proporcionam em O Gato Preto, um deleite para os fãs dos filmes de terror: a junção entre Bela Lugosi, Boris Karloff e Edgar Allan Poe.

Esse é o primeiro e mais célebre filme em que os dois maiores astros do cinema de horror daqueles tempos contracenam juntos (ainda repetiriam a dose em O Corvo, O Raio Invisível e O Filho de Frankenstein). Também o que apresenta uma das tramas mais sinistras em seus temas e implicações.

Se bem que a história não tem absolutamente nada a ver com o conto de Poe, apenas em seu conceito, e mais tarde foi admitido pelo próprio diretor, Edgar G. Ulmer, que isso foi uma ideia do estudio apenas para efeitos comerciais. Mas o enredo traz um trama interessantíssima que envolve satanismo, vingança, necrofilia e traição, tudo isso regado com a atuação impecável da dupla, no filme mais esquisito e perverso da Universal.

O inocente casal, bem típico dos filmes de terror, Peter e Joan Allison (respectivamente interpretados por David Manners e Julie Bishop), que inspiraram o casal do filme The Rocky Horror Picture Show, encontram com o enigmático e sofrido Dr. Vitus Werdegast (Lugosi) no trem durante sua viagem de lua de mel pela Hungria. 

Como acabam dividindo a cabine com Werdegast, eles descobrem queo doutor na verdade está voltando para a cidade que defendeu durante a guerra, após longos 15 anos como prisioneiro, e assim poder visitar um antigo amigo, o arquiteto Hjalmar Poelzig (Karloff). Ao descerem do trem, pegam um ônibus em meio a uma tremenda tempestade e sofrem um acidente, que resulta na morte do motorista, ao perder o controle do veículo na estrada enlameada.

A situação acaba transformando o casal, junto de Werdegast, em hóspedes forçados no excêntrico castelo modernista de Poelzig, construído sobre a cova coletiva dos soldados que ele mesmo traiu durante a Primeira Guerra. Aos poucos, entende-se que Werdegast está lá na verdade em busca de vingança, que vem sendo elaborada desde que foi preso, deixando mulher e filha nas mãos do rival. 

No desenrolar da história, Werdegast descobre que Poelzig tem um inusitado hobby: colecionar mulheres mortas mumificadas em redomas de vidro (incluindo sua falecida esposa) e que o personagem de Karloff é sacerdote de um bizarro culto satânico, sendo que seu livro de cabeceira é “Os Rituais de Lúcifer”.

A morte é o fio condutor da fita e tudo gira em torno dela. É a obsessão insana de um homem em tentar preservar a vida, custe o que custar, mesmo que isso envolva sacrifícios e satanismo. E a obsessão de outro homem, vítima de traição, onde tudo que lhe é mais querido foi tirado, vivendo apenas um função do acerto de contas, ou seja, em busca de mais morte. 

E é engraçado você ver o embate e os diálogos afiados entre Lugosi e Karloff e você parece que sente a eletricidade entre os dois, como se pudéssemos cortar o ar com uma navalha de tamanha tensão, já que no fundo sabemos que havia sim uma richa entre os dois atores.

O Gato Preto não é um filme fácil de assistir, isso eu tenho que admitir, e passa um pouco do ponto no quesito estranho, sem se entender as verdadeiras intenções dos personagens até o terceiro ato. Isso sem contar a fobia esdrúxula de Werdegast por gatos, sem a menor explicação. 

Na verdade a presença do tal gato preto do título do filme é praticamente alegórica e sem necessidade (talvez a única forma encontrada de utilizar o bichano e explorar o efeito mercadológico de levar algo com o nome de Poe para o cinema). Mas apesar dos apesares, o duelo entre o calculista Lugosi e o cínico Karloff é simplesmente fantástico. O que já vale o filme e seu lugar na lista.








The Invisible Ray

1936 / P&B / EUA / Direção: Lambert Hillyer / Roteiro: John Colton, Howard Higgn e Douglas Hodges (história original) / Produção: Edmund Grainger, Fred S. Meyer (produtor executivo) / Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, Frances Drake, Frank Lawton, Violet Kemble Cooper

Mais um deleite para os fãs de filmes de terror e ficção-científica, com a já clássica disputa entre Lugosi e Karloff, outra vez um colírio para os nosso olhos. Dessa vez, em O Raio Invisível, os dois maiores astros do cinema de terror de seu tempo são dois cientistas se engalfinhando, destilando diálogos e atuações fantásticas e incendiando mais uma vez a eterna discussão do choque de egos entre os dois e qual deles era o principal astro do gênero (eu continuo achando Karloff muito mais ator que Lugosi).

Além disso, O Raio Invisível nos traz uma trama para lá de maluca, mostrando que na década de 30 os roteiristas de Hollywood tinham umas ideias bem bizarras que desafiavam demais o intelecto do espectador, e se você assisti-las hoje em dia, deve pensar o que diabos eles estavam usando para pensar em coisas tão estapafúrdias.

Nessa trama, Karloff é o brilhante cientista Dr. Janos Rukh, que faz uma mirabolante descoberta, através de um imenso telescópio, que na verdade é uma espécie de máquina do tempo, onde consegue captar imagens do passado na Nebulosa de Andrômeda, que ficam gravadas como um eco pelo tempo espaço contínuo e transmitir essa imagem em uma gigante tela, descobrindo assim que há milhares de anos, um meteoro caiu em algum lugar perdido da África, trazendo consigo uma poderosa nova forma de matéria.

Considerado como um rebelde e frequentemente desacreditado pela sociedade científica britânica, o Dr. Rukh convida uma série de pessoas para serem testemunhas dessa experiência, entre eles os renomados cientistas Sir Francis Stevens e o Dr. Felix Benet (interpretado por Lugosi). Maravilhados com a descoberta, os Drs. Stevens e Benet, que é um das maiores autoridades em química orgânica e astro química do mundo, partem em uma expedição para a África, junto com a infeliz esposa de Janos, Diane Rukh, e a esposa de Francis, Arabella Stevens, além do jovem Ronald Drake, afim de encontrar esse meteoro perdido.

Rukh separa-se da expedição principal e encontra o local da queda, auxiliado pelos nativos, e junto com ele, encontra também um elemento químico desconhecido chamado Radium X, substância poderosíssima que ao mesmo tempo que é capaz de ser usado para destruir, também pode ser utilizado para curar diversos tipos de doença. Só que Rukh acaba sendo envenenado pela radiação do novo elemento e adquire uma bizarra fosforescência que o faz brilhar no escuro, e um toque mortal.

O cientista recorre então a ajuda do Dr. Benet para desenvolver um antídoto para controlar o excesso de radiação, a partir de uma amostra do Radium X, e trazê-lo de volta ao normal. Porém esse antídoto não é definitivo e deve ser usado constantemente. Mas nada poderia ser feito quanto a um dos principais efeitos colaterais da exposição ao elemento. 

A mente de Rukh começaria a ser afetada, levando-o a loucura. E não dá outra. Preocupados com o poder do Radium X e com o novo sumiço de Rukh que voltou ao acampamento, os Drs. Steves e Benet decidem que o elemento é perigoso demais para ficar nas mãos de uma só pessoa, e resolvem voltar para Paris no intuito de apresenta-lo em um congresso científico, creditando Rukh como o descobridor da substância.

Só que tomado pelo ódio e os efeitos nocivos da radiação, Rukh acredita estar sendo roubado pelos outros cientistas, e como se não bastasse, sua esposa, desprezada, o abandona, e casa-se com Drake (afinal, já diz o velho ditado, que quem não dá assistência abre para a concorrência). É o suficiente para Rukh começar seu maligno plano de vingança e utilizar o mortal poder do Radium X, inclusive aquele em seu toque, para destruir todos os envolvidos, incluindo aí o personagem de Lugosi e sua ex-esposa.

Dirigido por Lambert Hillyer, o mesmo de A Filha de Drácula, O Raio Invisível é um dos percussores do cinema de ficção-científica que seria visto comumente em boa parte da década de 50 e início da década de 60, além do personagem de Karloff perdurar como grande influência para o arquétipo do cientista louco que perde a cabeça graças as suas terríveis descobertas científicas, geralmente dotadas de um destruidor poder mortal, e que de alguma forma, acabar tornando-se uma ameaça para a sociedade, e até para o mundo, por que não? 

Nisso, Karloff e Lugosi contracenam uma verdadeira antítese de papeis, um obcecado e cego pela vingança, e o outro benevolente que nunca deixou de creditar Rukh pela descoberta. Mas claro que o papel de Karloff é muito maior e ele é o verdadeiro protagonista de O Raio Invisível, sendo Lugosi um coadjuvante de luxo. E mais uma vez, ao meu ver, Boris engole Bela em cena.

Com o sucesso de O Raio Invisível, a Universal que não é boba nem nada, queria já aproveitar a onda e fazer um filme parecido, com a dupla novamente, trocando um homem radioativo por uma criatura elétrica, também vítima de uma experiência científica, baseado na história The Electric Man. Porém o projeto foi abortado quando a Universal começou a perceber o crescente desinteresse do público no gênero, devido ao desgaste das produções já do final da década de 30. Mas esse projeto foi resgatado em 1940 e filmado com o título de Man Made Monster, trazendo a dupla Lionel Atwill e Lon Chaney Jr. nos papeis que seriam de Karloff e Lugosi.




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